13/03/2002 - 7:00
A movimentação chegou a confundir os desavisados. No mês passado, a fila que se formou em frente à entrada do salão nobre do hotel Wyndahm Baltimor, em Washington, nos Estados Unidos, sugeria o acontecimento de um grande espetáculo artístico. Produção digna da Broadway: luzes, cenários e figurinos de grande estilo. Os ingressos esgotaram. Os espectadores estavam mesmo aguardando ansiosos para participar de um megashow. No entanto, o surpreendente foram os astros principais. Uma trupe de renomados profissionais do mercado financeiro americano subiu ao palco para encenar uma peça de teatro. O objetivo, é claro, não era entretenimento. Mas, sim, ensinar aos executivos as melhores estratégias para administrarem o próprio dinheiro. A metodologia excêntrica caiu no gosto daqueles que acham uma chatice gastar algumas horas em palestras convencionais.
Apesar da irreverência, os resultados são positivos. Pelo menos é o que garante o americano Anthony Robbins, um dos precursores do novo metodo. ?As pessoas podem testar os conhecimentos com simulações práticas e saírem preparadas para aplicar os conhecimentos?, diz. Há cinco anos, a sua empresa de consultoria promove quatro shows de finanças anualmente com a participação de estudantes da Harvard Business School e de executivos americanos e europeus.
Agora, os brasileiros também vão poder freqüentar os shows de finanças em versão nacional. No palco, encontrarão tarimbados consultores, como Mauro Halfeld, professor da Universidade Federal do Paraná e escritor especializado em finanças pessoais. No próximo dia 20, o doutor em economia pelo Massachusetts Institute Of Technology fará sua estréia na casa de shows paulista DirecTV Music Hall. Desta vez, vai deixar o terno em casa e com um roupa despojada assumirá até mesmo o papel de mediador de um jogo com a platéia. A equipe vencedora estará credenciada para arriscar no mercado acionário. Ou, no mínimo, os mais conservadores aprenderão os segredos para economizar 20% do orcamento e investir na indústria de fundos. ?Muitas pessoas cometem erros básicos nos investimentos por falta de conhecimento e outras até deixam de aplicar porque pensam que é difícil.?
Na encenação, Halfeld irá dividir o palco com Roberto Shinjashiki, professor de MBA da USP e consultor corporativo. ?Será uma oportunidade para vivenciar o conhecimento. O importante não é passar uma matéria, mas permitir o aprendizado?, explica Shinjashiki. Os executivos devem se preparar para participar da encenação junto com bailarinos, cantores e atores.
Todos os espetáculos serão apresentados pelo administrador de empresas Pierre Schurmann ? primogênito da família Schurmann ?, coordenador do evento. ?Para assuntos árduos como finanças, o aprendizado por meio da emoção é 50% mais eficiente do que o convencional?, diz. Quem aprovar a idéia poderá aprofundar os conhecimentos nos camarotes internacionais. A americana Anthony Robbins promoverá o segundo show de finanças em abril. As inscrições já estão abertas no site da empresa www.anthonyrobbinsdc.com e os ingressos custam em torno de US$ 3 mil pelo programa completo de quatro dias.