20/10/2025 - 10:00
Apesar de já consolidada nos aluguéis de impressoras e equipamentos de TI, a Simpress ainda vê um oceano azul para alugar computadores para o mercado corporativo e lança nesta segunda-feira, 20, um novo braço do negócio – agora, voltado ao varejo.
+Leia em IstoÉ Dinheiro: Um negócio de titãs
A companhia agora possui um e-commerce próprio com os produtos que já aluga – incluindo celulares, tablets e notebooks – e que foram dispensados por clientes corporativos em trocas.
Os produtos da Simpress Shop serão remanufaturados pela Simpress em uma fábrica em Santana de Parnaíba (SP), após isso, integrarão a prateleira da loja – os preços começam em R$ 1,2 mil no caso dos notebooks e em R$ 149 no caso dos smartphones.
Na média, os preços devem ser de 30% a 60% mais baixos do que uma versão nova dos mesmos aparelhos.
Como a companhia tem a HP como principal acionista, os notebooks serão exclusivamente da marca. Celulares serão de marcas como Apple e Samsung.
A iniciativa marca a entrada da companhia no mercado B2C, dado que até então o negócio era direcionado exclusivamente para clientes corporativos.
Vittorio Danesi, CEO da Simpress, relata em entrevista à IstoÉ Dinheiro, que todos os produtos devem ter um mesmo padrão de qualidade, além de garantia.
“São equipamentos em excelente estado, vindos de quando as empresas optam de fazer renovação da frota no fim do ano. O Brasil tem uma diferença de renda grande entre a classe alta e a classe média e média baixa e precisamos levar produtos para parcela da população que não tem recursos para comprar equipamentos de última geração.”
A expectativa é de que o novo negócio tenha uma margem saudável e fature algo entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões em seu primeiro ano de operação.
Segundo Danesi, a suspensão do suporte da Microsoft ao Windows 10 é um ‘vento favorável’, dado que o fenômeno deve acelerar o processo de troca de equipamentos nas empresas.
No total, devem ser 50 mil dispositivos vendidos no acumulado do ano de 2026, com esse volume saltando para 200 mil dispositivos já nos primeiros anos de operação.
Atualmente, a Simpress já possui mais de 760 mil dispositivos sob gestão. No fim de 2019, eram menos de 200 mil devices. Em 2022, 400 mil.
Simpress mira faturamento de R$ 2 bi
O CEO da companhia ainda destaca que a expectativa é de um crescimento de dois dígitos percentuais no aluguel de notebooks – que ainda tem muito para crescer no Brasil.
Dados internos da companhia sinalizam que de 85% a 90% do consumo de impressoras no mundo corporativo são alugadas, em um modelo que o mercado chama de Hardware as a Service (HaaS).
Nesse modelo, as empresas dão um alívio no seu balanço financeiro, trocando o Capex (despesas de capital) por Opex (despesas operacionais).
“Os computadores e dispositivos móveis estão indo nesse caminho. No ano passado apenas 10% dos computadores representavam Opex. Prevemos que nos próximos 3 a 4 anos o mercado tenha uma evolução para até 50% da sua demanda de PCs e celulares através de HaaS. O mercado de PCs é 12 vezes maior do que o mercado de impressoras.”
Nesse contexto, o faturamento da empresa deve fechar este ano em R$ 1,75 bilhão e superar os R$ 2 bilhões no acumulado de 2026.
A Simpress mais do que dobrou sua receita nos últimos quatro anos e, atualmente, soma uma carteira com mais de 3 mil clientes corporativos, incluindo 60 das 100 maiores empresas do país – contemplando nomes como Alcoa, Cobasi, Yamaha, Mackenzie, Polenghi, Hermes Pardini, Harald e Havan.