08/01/2016 - 0:00
Conhecido por seus devaneios econômicos, o Governo Dilma volta a dar demonstrações de escolhas equivocadas nessa área. Só para começo dos trabalhos em 2016, resolveu cortar R$ 10,5 bilhões do orçamento da educação. Uma redução considerável em relação ao montante de 2015, que já foi enxuto se comparado ao de outros anos. Enquanto isso, decidiu conceder mais recursos aos partidos políticos para que eles lhe acudam no processo de impeachment, a ser votado na Câmara. A quantia reservada sob a rubrica “fundos partidários” será de R$ 845 milhões ao longo do ano. Em 2014, o número era de R$ 289 milhões.
Está claro que o Executivo decidiu “bancar” as eleições de aliados em troca, digamos, de alguma benevolência parlamentar. No capítulo castigos, vai sobrar para todo mundo. Impostos e mais impostos entraram na ordem do dia. Seja para arrecadar mais, para cobrir rombos públicos ou para, em síntese, ter caixa que banque a gastança em setores e programas de interesse especifico do grupo que dá suporte político ao Governo. É a surrada fórmula da “nova matriz econômica”, que já se mostrou desastrosa lá atrás. Setores como bebidas, eletroeletrônicos e quetais já sentiram a tungada com um brutal aumento de alíquotas em suas mercadorias.
Há ainda estudos para criação, o quanto antes, de novas faixas do Imposto de Renda. Leia-se remarcação na fonte da pessoa jurídica. Sem contar a ideia do famigerado imposto sobre fortunas e a sempre reclamada CPMF. Na prática, levado adiante, esse conjunto nefasto de encargos deverá acentuar ainda mais a já temerária recessão brasileira. A agitação no Planalto para que se crie algo em contraposição a esse lote de maldades também é grande. Dilma sonha com um pacote de “resgate” da economia. Mas, como bem disse seu ministro Jacques Wagner, da Casa Civil, não há coelho nessa cartola.
Sem dinheiro não há plano que fique de pé. As gestões petistas sempre incorrem no erro de pensar que basta querer ter recursos e distribuir à vontade para que eles apareçam. Não há lastro ou planejamento nesse sentido. Nem é sensato. Ao contrário: a mera ameaça de se abandonar o ajuste fiscal pode colocar tudo a perder. Irremediavelmente! O governo petista, que hoje ostenta a maior taxa de juros do mundo, uma das maiores desvalorizações da moeda real em todos os tempos, além de uma inflação fora de controle, pensa em fazer mágica com vento. A época dos truques acabou. O momento exige mais responsabilidade.
(Nota publicada na Edição 949 da Revista Dinheiro)