Governo de Ahmed al Sharaa volta a enviar tropas para o sul do país, que foi palco de combates entres grupos beduínos e membros da minoria drusa, que provocaram intervenção de Israel.O governo sírio confirmou neste sábado (19/07) a declaração de um cessar-fogo com Israel, anunciado ontem pelo enviado especial dos Estados Unidos na Síria, Tom Barrack. Pouco depois, o governo sírio voltou a enviar suas tropas para o sul do país, que nos últimos dias foi palco de intensa violência sectária.

“A presidência da República Árabe Síria declara um cessar-fogo imediato e completo”, anunciou por meio de um comunicado o gabinete do presidente sírio, Ahmed al Sharaa.

Tom Barrack havia anunciado na sexta-feira que Israele Síria haviam chegado a um acordo de cessar-fogo apoiado pelos EUA e aceito pela Turquia.

Os confrontos entre grupos beduínos e drusos na província síria de Al Sueida, no sul levaram Israel a intervir no conflito sob a premissa de que age em defesa da minoria drusa na Síria.

No comunicado, o governo sírio destaca que suas tropas começaram a se deslocar novamente para Al Sueida “para garantir a aplicação do cessar-fogo, manter a ordem pública e proteger os cidadãos e suas propriedades”.

As tropas governamentais haviam inicialmente se retirado da região na quarta-feira, após a entrada em vigor de um cessar-fogo entre elas e as facções locais que estavam enfrentando.

Além disso, o governo faz um apelo para que “todas as partes” cumpram integralmente o cessar-fogo e cessem “imediatamente” as hostilidades em todo o território sírio.

“A presidência da República convoca a todos para permitir que o Estado sírio, suas instituições e suas forças implementem este cessar-fogo de maneira responsável, que garanta a estabilidade e o fim do derramamento de sangue”, diz o comunicado.

Enquanto as autoridades continuam sem oferecer um balanço atualizado de vítimas, o Observatório Sírio de Direitos Humanos elevou nesta sexta-feira para 638 o número de mortos nos últimos seis dias de violência em Al Sueida.

Os confrontos ilustram um dos principais desafios do novo governo sírio, que prometeu proteger as minorias do país, mas os incidentes desta semana e a matança de seguidores alauítas meses atrás colocam em xeque esse compromisso.

jps (EFE, AFP)