Cientistas da Ludwig-Maximilians-Universitaet Munich, da Helmholtz Munich e da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, mostraram que o sistema imunológico é capaz de neutralizar as variantes do vírus, incluindo a Ômicron, após um total de três exposições à proteína viral spike.

Segundo o jornal ‘El Mundo’, na pesquisa, publicada na revista científica ‘Nature Medicine’, os pesquisadores alemães tentaram perceber de que forma é que o sistema imunológico pode ser “educado” para lutar contra a Ômicron e outras variantes, que escapam ao sistema imunológico.

+ Índice de absenteísmo de trabalhadores nas montadoras é recorde com Ômicron

De acordo com as descobertas, três exposições à proteína viral spike levam à produção de anticorpos neutralizantes do vírus, não só em grande quantidade, mas também em elevada qualidade.

Esses anticorpos de alta qualidade se ligam à proteína do pico viral com mais força, sendo capazes de combater efetivamente a variante Ômicron. Isto se aplica a pessoas vacinadas com reforço, aos recuperados da doença e a quem só tem duas doses da vacina e se recuperou da infecção.

Os pesquisadores identificaram pessoas que contraíram SARS-CoV-2 durante a primeira onda da pandemia em 2020, comparando elas a um segundo grupo que não tinha sido infetado. Em seguida, ambos os grupos receberam a vacinação BioNTech/Pfizer e foram acompanhados durante quase dois anos.

No estudo, a equipe definiu vários parâmetros no sangue dos participantes: a concentração de anticorpos contra a proteína do pico viral, a força de ligação desses anticorpos e sua capacidade de neutralizar a infeção das variantes do SARS-CoV-2 em cultura de células.

A pesquisa revelou que a capacidade do sistema imunológico de neutralizar o vírus acontece após um total de três exposições à proteína viral. “Uma nova descoberta do nosso estudo é que as pessoas precisam de três exposições diferentes à proteína spike para acumular atividade neutralizante de alto nível contra todas as variantes virais, incluindo a Ômicron”, dizem os autores.

Pessoas vacinadas com reforço sem uma infeção anterior por SARS-CoV-2 tinham quase o mesmo título e qualidade de anticorpos neutralizantes contra a Ômicron do que as vacinadas que recuperaram da doença ou pessoas que tiveram uma infecção com a variante Delta.

“Em todos os casos, a atividade neutralizante atingiu níveis igualmente altos e isso foi acompanhado por um aumento na força de ligação dos anticorpos. A imunidade criada ou aprimorada pela vacinação é a chave para a proteção eficaz contra futuras variantes do vírus”, concluem os autores.