A indústria de autopeças vive uma espécie de hora da verdade. A crise que atinge grandes clientes, como a General Motors, está causando estragos na área de componentes. Na semana passada, a americana Dana pediu concordata. Visteon e Delphi também vivem dias difíceis. Nesse contexto, leva vantagem quem apostou na diversificação como o grupo sueco SKF. Dono de 20% do mercado de rolamentos, ele vem se impondo também em outros setores. Sabe quem projetou e construiu o flap (componente da asa) do Airbus 380? Acertou quem falou SKF. Outra divisão, a de logística, também vai bem. É uma das que mais crescem e colabora com US$ 200 milhões da receita total de US$ 6 bilhões. E é essa subsidiária que acaba de chegar ao Brasil. Para cobrir os principais pontos serão erguidos armazéns nos portos de Vitória e Tubarão (ES), Santos (SP) e Recife (PE). E para enfrentar a concorrência, a SKF tem uma carta na manga. ?Vamos atrás das filiais das multinacionais que são nossas clientes na Europa e nos EUA?, conta Donizete Santos, presidente da SKF do Brasil. A agilidade é outro ponto que ele pretende explorar. ?Faremos 90% de nossas entregas em até 24 horas?.

Apesar do porte da SKF, o executivo tem metas conservadoras. Sua expectativa é que essa divisão gere R$ 15 milhões por ano. Número modesto para um grupo cujas receitas somam R$ 500 milhões. O bastante, contudo, para dar seqüência ao plano de diversificação iniciado há 10 anos. O carro-chefe da companhia continua sendo o rolamento. Mas outras divisões já se firmaram. A área de manutenção industrial vem crescendo rapidamente. A carteira de clientes inclui gigantes como Klabin e Vale do Rio Doce e representa 15% do ganho total.