03/10/2025 - 11:57
São Paulo, 3 – A SLC Agrícola informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que projeta área plantada de 836,1 mil hectares na safra 2025/26, crescimento de 13,6% em relação ao ciclo anterior. A expansão reflete a incorporação da Sierentz do Brasil, anunciada em março, que adiciona cerca de 100 mil hectares em áreas arrendadas no Maranhão e Pará. No Fato Relevante divulgado na quinta-feira, 2, a companhia informou que “as novas áreas arrendadas possuem bom potencial produtivo e na safra atual será realizada a semeadura de soja e milho”.
Segundo as projeções, a soja mantém a liderança no mix de culturas, com 429,7 mil hectares (+13,8% ante 2024/25), o que representa 51,4% da área total. O algodão em pluma soma 199,7 mil hectares (+11,7%), divididos em 103,3 mil ha na primeira safra e 96,4 mil ha na segunda safra. Já o milho segunda safra registra a maior expansão proporcional, com 158,2 mil hectares (+28,9%), ocupando 18,9% do total. O grupo de outras culturas foi reduzido para 48,4 mil ha (-14,8%). A empresa ressalvou que “fatores climáticos poderão afetar a projeção de área plantada”.
As produtividades estimadas para o novo ciclo mostram ganhos modestos em relação ao orçamento anterior. A soja deve render 4.036 kg/ha, alta de 1,5%, enquanto o milho segunda safra está projetado em 7.738 kg/ha (+2,6%). No caso do algodão, a primeira safra tem expectativa de 2.066 kg/ha de pluma (+1,2%), e a segunda safra, 1.982 kg/ha (+3,8%). O caroço de algodão deve atingir 2.491 kg/ha (+2,5%). De acordo com o documento, as estimativas “refletem a nossa expectativa em relação ao potencial produtivo das lavouras, sempre considerando a curva de tendência de cada cultura”.
O custo médio de produção por hectare está orçado em R$ 7.112 para a safra 2025/26, aumento de 10,2% frente a R$ 6.456 no ciclo anterior. A companhia atribui a alta ao “aumento do volume de fertilizantes devido a necessidade de reposição de nutrientes no solo, e melhoria/reforço no pacote de defensivos”. Na soja, o custo salta 11,1%, para R$ 5.178/ha, enquanto no milho segunda safra o avanço é de 11,8%, para R$ 4.434/ha. No algodão, os valores são de R$ 13.877/ha na primeira safra (+7,8%) e R$ 12.887/ha na segunda safra (+10,5%).
Para a safra 2025/26, a SLC terá 57,1% dos custos indexados ao dólar, ante 56,8% no ciclo 2024/25. A taxa de câmbio utilizada para precificação foi de R$ 5,45/US$, representando variação positiva de 0,9% frente à safra anterior. A inflação considerada para a nova safra foi de 4,85%.
No lado das vendas, a companhia divulgou quanto já travou de preços e câmbio. Na soja 2025/26, estão fixados 27,8% do câmbio a R$ 6,0293 por dólar e 47,3% do produto a US$ 11,01 por bushel. Compromissos com arrendamentos representam 37,1% da safra. No algodão, o câmbio travado é de 18,4% a R$ 6,64 por dólar, e o produto fixado soma 25,1% a 73,87 centavos de dólar por libra-peso, com compromissos de 32,7%. No milho, a empresa apresentou duas modalidades de contratos. Em reais, 6,5% estão fixados a R$ 54,44 por saca, com 12,2% em compromissos. Em dólar, 30,2% do câmbio está travado a R$ 5,8058, 12,2% do produto a US$ 8,35 por saca e 28,7% em compromissos.