11/04/2025 - 15:56
Apenas quatro em cada dez cursos de Medicina do País alcançaram as notas mais altas no Conceito Preliminar de Cursos (CPC), índice do Ministério da Educação (MEC) que avalia a qualidade das graduações. Entre as 309 graduações avaliadas, somente 40,4% obtiveram médias 4 e 5, ideais para cursos da área.
O número de cursos de Medicina aumentou significativamente nos últimos anos. Entre os fatores por trás desse cenário, estão o programa Mais Médicos, que incentivou a abertura de graduações em cidades remotas e o grande retorno financeiro desses cursos. Associações de classe e ligadas ao ensino superior privado têm se mobilizado no Congresso e no Judiciário em defesa de diferentes critérios para liberar mais escolas médicas.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao ministério, divulgou nesta sexta-feira, 11, os dados dos indicadores de qualidade do ensino superior. Os números incluem dados do CPC, do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), do Índice Geral de Cursos (IGC) – que avalia as instituições-, e do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD).
Neste ciclo, o Inep avaliou cursos da área de saúde e engenharias. Além medicina, o Inep avaliou carreiras como Arquitetura, Engenharia civil, Fisioterapia, entre outras.
As notas do CPC variam de 1 a 5, sendo as notas 4 e 5 as adequadas para cursos como Medicina. O indicador avalia universidades públicas e privadas. Para construir a nota, o MEC considera o desempenho dos estudantes no Enade, além de outros critérios como dados sobre o corpo docente, infraestrutura e recursos didático-pedagógicos da graduação.
De acordo com os dados, a maior parte das graduações na área têm nota 3 (50,5%), considerada regular. Em seguida, 38,5% dos cursos avaliados têm conceito 4, e somente seis cursos, o que corresponde a 1,9%, chegaram na nota máxima.
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a criação de novos cursos e vagas na área devem atender ao edital do programa Mais Médicos, que considera a escassez de profissionais de saúde nas regiões do país, além de outras características.
Como o Estadão mostrou, o MEC quer mudar a forma como os cursos de Saúde são avaliados in loco. A ideia é que os avaliadores que visitam as faculdades consigam analisar com mais rigor a parte prática da formação.
No caso dos cursos de Medicina, por exemplo, o MEC quer avaliar como é o aprendizado dos estudantes em cada um dos níveis de atuação na rede de saúde: a atenção básica e a especializada.