São poucas as siglas capazes de causar tanto burburinho no mercado quanto IPO, que significa Initial Public Offering, a famosa abertura de capital na bolsa. Essa alternativa de captação não sai da cabeça de grandes empresários em busca de recursos para expandir suas empresas. Deusmar Queirós, fundador e atual presidente da rede de farmácias cearense Pague Menos, não é exceção. Ele convive com o dilema de ir à Bolsa desde 2012, quando contratou os bancos Credit Suisse, Itaú e Banco do Brasil para cuidar dos trâmites. Porém, as adversidades do mercado naquele momento impossibilitaram o caminho ao pregão, e essa situação não mudou. “Estávamos prontos para abrir capital, mas percebemos que o mercado não oferecia o que valíamos e foi preciso adiar”, diz ele.

Queirós não desistiu, porém. Ele ainda pretende captar R$ 1 bilhão. Metade desse montante será investida na expansão internacional da rede, mais especificamente nos Estados Unidos. “Nosso objetivo é ir para Miami, Boston e Nova York. Não adianta, se for para expandir, tem que ser para um canto que dá dinheiro”, diz ele. Queirós tem o mercado americano de farmácias como referência. Desde que criou seu grupo, em 1981, é entusiasta do modelo que mistura loja e conveniência.

No entanto, apesar de o rumo do dinheiro já estar definido, a data do IPO é incerta. “Temos R$ 234 milhões em caixa e o dinheiro da abertura não é necessário agora”, diz ele. “Só quem estiver desesperado por dinheiro faz IPO neste momento, podemos esperar até 2015 desde que o mercado melhore”, diz Queirós.

O executivo afirma que os R$ 500 milhões restantes da captação prevista para 2015 serão usados para crescer organicamente, e não para comprar concorrentes. Dona de um faturamento de R$ 3,7 bilhões em 2013, a Pague Menos espera crescer 18% este ano e abrir 88 lojas.

Com o caixa cheio, a empresa vem fazendo novos investimentos. Já está em fase de testes seu terceiro Centro de Distribuição, localizado em Hidrolândia, no estado de Goiás. O CD vai atender as regiões Sudeste e Sul e economizar dez dias de viagem dos produtos que antes iam para o nordeste e regressavam às regiões Sul e Sudeste. Ao todo foram investidor R$ 60 milhões.