Cinco pessoas foram mortas em confronto com policiais militares, nesta sexta-feira, 4, em Salvador, na Bahia. O número de mortos em trocas de tiros entre grupos armados e agentes da Polícia Militar subiu para 25 em uma semana, segundo a Polícia Civil. O Estado lidera os números de letalidade policial no País. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) investiga as ações policiais.

Conforme a Polícia Civil, policiais militares informaram terem sido acionados por moradores denunciando a presença de homens armados no bairro do Iapi, na capital baiana. Os PMs encontraram o grupo na Avenida Peixe e houve várias trocas de tiros. Cinco homens foram atingidos. As vítimas foram levadas para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho, onde os cinco baleados morreram.

Os policiais apresentaram à Polícia Civil quatro armas e um simulacro encontrados com os suspeitos, além de três celulares e pinos de cocaína. As mortes foram registradas como decorrentes de resistência à ação policial e serão investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da capital baiana. Com esses óbitos, apenas Salvador contabiliza dez mortes em confrontos com a PM.

A escalada de violência teve início na sexta-feira, 28, quando sete suspeitos foram mortos em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, após confronto com policiais militares. Ainda na sexta, outros quatro suspeitos foram mortos por suposta reação a um patrulhamento armado da PM.

No domingo, 30, seis homens e duas mulheres foram baleados e mortos em Itatim. No dia 31, houve novos enfrentamentos na região de Jaguarari, em Salvador: quatro pessoas morreram. Nesta quarta-feira, 2, um homem morreu no bairro Arenoso, em Salvador, após ser baleado por policiais militares.

O Ministério Público da Bahia informou que abriu investigação para apurar as ações policiais que resultaram em mortes, em Camaçari, Itatim e Salvador. A Bahia é o Estado com maior número absoluto de mortes em ações policiais, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. No ano passado, 1.464 pessoas foram mortas em confronto com a polícia baiana.

O crescimento vai na contramão da tendência observada no Brasil. No balanço nacional, mostra o Anuário do Fórum de Segurança, os indicadores de letalidade policial registraram queda entre 2021 e o ano passado, de 6.524 para 6.430.

Além das mortes pela polícia da Bahia, sob a gestão Jerônimo Rodrigues (PT), os últimos dias foram marcados pela letalidade policial em São Paulo. Operação da PM desencadeada no Guarujá após o assassinato de um agente da Rota matou 16, sob a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os dois governos defendem a legalidade das ações.