20/09/2019 - 17:44
O apetite do japonês Softbank segue aquecido no Brasil. Logo depois de aportes importantes como no banco Inter e o QuintoAndar por aqui, o sócio-gestor no País, André Maciel, disse que na próxima semana mais duas operações devem ser anunciadas. “A oportunidade aqui é incrível. Já temos 11 negócios anunciados na América Latina e mais dois que vamos anunciar semana que vem”, comentou, em evento no Cubo, espaço de empreendedorismo mantido pelo Itaú e pelo fundo Redpoint eVentures.
O Softbank está entrando em diversas companhias na região recentemente e já fez aportes relevantes. Além do banco Inter e QuintoAndar, tem investimentos na Creditas, Gympass e Rappi, ajudando a criar, assim, diversos unicórnios latinos. “O ritmo de crescimento dos investimentos é incrível”, disse.
Sobre o Rappi, o executivo disse que essa companhia é lembrada por ser uma companhia de entrega, mas disse que é algo muito maior, já que se trata de ter informações do perfil dos consumidores, o que pode desembocar, futuramente, até mesmo em empréstimos, já que é possível, por meio do aplicativo, saber a probabilidade de não-pagamento pelo cliente.
Maciel também elogiou o banco Inter, no qual dobrou sua participação nesta semana para quase 15%. “O banco digital está adicionando um grande número de clientes todo mês”, afirmou. Ainda nesta semana o Softbank injetou US$ 110 milhões no marketplace de produtos para casa, o MadeiraMadeira.
No mundo, o Softbank tem participação em empresas como a chinesa Alibaba, Uber e a chinesa Didi Chuxing, dona da 99. Recentemente, a postergação da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa de escritórios compartilhados WeWork foi um revés mais recente. “Isso faz mais ruído do que as coisas positivas. O fundo está para cima mais do que 40%”, disse.
Maciel disse que no Brasil não é tão simples captar dinheiro para ventures capital, situação que com o tempo deve mudar, disse. No entanto, esse capital é abundante no mundo, especialmente vindo de fundos de pensão, que são investidores mais ao longo prazo conseguem casar o ativo com seu passivo. “Essa indústria ainda não está estabelecida no Brasil”, disse.
Maciel disse que o Softbank tem ainda investindo em tecnologia na América Latina, colocando recursos juntamente com suas investidas. “Faremos um anúncio grande em duas semanas”, afirmou. Outra estratégia do grupo japonês é aumentar sua capilaridade de investimentos, podendo a chegar em empresas menores, colocando recursos em fundos.