Não espere por designs arrojados e surpreendentes. Não espere também por aparelhos e caixas de som que se imponham pelo porte e pela quantidade de luzes. Os produtos da Bose fazem de tudo para não aparecer. Pequenos, de linhas clássicas e discretas, revestimentos sóbrios, eles ?somem? no ambiente. O que sobra (e não é pouco) é sua qualidade do som, considerada uma das mais
próximas da perfeição no mundo dos eletrônicos. A Bose é uma espécie de Ferrari dos equipamentos de som, em particular os sistemas para home theater. O mais barato não sai por menos de US$ 2,5 mil. Um simples rádio-relógio da marca custa quase US$ 300 a unidade, e só pode ser adquirido na rede de lojas próprias espalhadas pelos Estados Unidos. Caso você queira instalar os equipamentos da Bose em seu carro, esqueça. Eles não são vendidos separadamente. Você terá de comprar um automóvel inteiro ? e mesmo assim os modelos mais luxuosos da Porsche, Mercedes-Benz, Nissan ou General Motors.

A filosofia da empresa surgiu da cabeça do doutor Amar G. Bose, um cientista do Massachusetts Institute of Technology, MIT. Em 1964, ele desenvolveu um modelo de caixa acústica que propagava o som por todo o ambiente. A fabricação artesanal do início foi substituída por produção em série, mas limitada. O edifício onde a empresa se instalou no topo de uma montanha em Framinghan, região de Boston, é um cartão de visita do que a Bose tem de melhor. A acústica é cuidadosamente planejada. No saguão de entrada, uma música suave e sem qualquer ruído toma todo o imenso ambiente. A primeira impressão é que um sofisticado sistema de caixas está em operação. Engano. O som é gerado em um canto, onde, colocado sobre um pequeno totem, há um rádio-relógio da marca ? quase escondido, como manda um produto Bose.