22/06/2005 - 7:00
O setor de turismo no Brasil vive momento de grande expansão. Nos últimos anos, gigantes do ramo hoteleiro mundial invadiram o País, fincaram suas bandeiras e ergueram vários empreendimentos espalhados, principalmente, no Nordeste. Meliá, Accor, Pestana, Posadas e SuperClubs são algumas das grandes empresas multinacionais que buscam um mercado promissor. Dados da Embratur apontam que o número de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil, em 2004, cresceu 15% em relação a 2003. Foram mais de 4,7 milhões de pessoas contra 4 milhões no ano anterior. Os atraentes indicadores fizeram um hotel em Itacaré, no sul da Bahia, arquitetar um plano ambicioso. O Txai, uma exclusiva hospedagem com 20 bangalôs cuja diária sai por R$ 1,2 mil, investirá US$ 25 milhões na construção de outros três hotéis localizados em Trancoso e Salvador, na Bahia, e Parati, no Rio de Janeiro. Os três serão inaugurados em dezembro de 2006. ?Vamos construir uma bandeira nacional de luxo?, diz Nelson Moraes Junior, sócio do hotel. ?Serão doze unidades em cinco anos?.
O projeto de crescimento é uma ótima notícia para o grupo que passou por maus bocados no fim do ano passado. Na época, um fotógrafo de uma revista de celebridades acusou os funcionários do hotel de terem o agredido depois de ter feito fotos da modelo Luma de Oliveira com um suposto namorado. O tumulto foi parar na imprensa e, hoje, nos tribunais. O caso ainda não foi solucionado. Apesar de não ter afetado o faturamento do hotel de luxo, arranhou sua imagem ? e as novidades anunciadas agora servem para deixar esse episódio no passado. O fato é que hospedar-se no Txai é um privilégio para poucos. Os bangalôs mesclam o aspecto rústico com charme e elegância. A praia em que ele se encontra é praticamente particular com 800 metros pertencentes ao hotel. Diariamente, há passeios para fazendas históricas de cacau e trilhas pela Mata Atlântica. A comida é preparada pelo chef de cozinha Paulo Martins, formado na renomada escola francesa Le Cordon Bleu. Ali, os pratos baianos ganham requintes de alta gastronomia e os franceses recebem um toque da culinária nordestina. Os funcionários também são preparados para atender qualquer requisição. Aliás, são quatro para cada hóspede, um número bem acima do praticado no mercado, de um para cada cliente. Com a construção de novas unidades, o objetivo é fazer com que o turista, principalmente o estrangeiro, se hospede apenas em hotéis da rede. Assim, conseguem, além de faturar mais, proporcionar o mesmo serviço exclusivo em todo o País.
O hotel em Salvador, por exemplo, surgiu dessa necessidade. Como os vôos internacionais aterrissam na capital baiana, os estrangeiros passam duas noites por lá. Com a inauguração da nova unidade, localizada próxima ao Mercado Modelo, o turista ficará no Txai. Outra novidade é a criação do Txai Camp. ?Teremos cabanas iguais as usadas nos safáris na África?, diz Renato Guedes Filho, sócio do Txai. Algumas delas ficarão em pontos estratégicos como a Ilha de Boipeba, também na Bahia, e os turistas farão roteiros de Land Rover, bicicleta ou lancha parando para dormir nestas charmosas hospedagens. Paralelo a isso, o Txai está ampliando a sua área em Itacaré. Serão construídos mais 20 bangalôs, três piscinas e restaurantes. O grande segredo, no entanto, é que a maioria destes empreendimentos têm uma parte destinada a lotes residenciais ? ou seja, é possível ter casas próprias e usar a estrutura do Txai. Os terrenos chegam a custar R$ 1 milhão e garantem o retorno investido. ?O Txai conseguiu criar um padrão de turismo pouco explorado no Brasil?, diz Cláudio Taboada, presidente da Bahiatursa, que representa o turismo na região. ?Une o requinte, o serviço diferenciado e a natureza?.
US$ 25 milhões é quanto será investido na construção de três hotéis localizados em Trancoso e Salvador, na Bahia, e Parati, no Rio de Janeiro