A sonda japonesa Hayabusa 2 se preparava nesta quinta-feira para lançar um projétil na direção do asteroide Ryugu, a fim de criar uma cratera para recuperar partículas de seu subsolo e trazê-las de volta à Terra, anunciou a Agência de Exploração Espacial japonesa (JAXA).

A sonda, que está há vário meses posicionada em órbita a 20 km do asteroide, começou a se aproximar do pequeno corpo localizado atualmente a 340 milhões de quilômetros da Terra, indicou a JAXA.

Quando a sonda Hayabusa2 estiver próxima suficiente do ponto de impacto escolhido, vai liberar um dispositivo carregado de explosivo e se afastará até uma distância segura antes que a detonação catapulte um cone de cobre, metal que provavelmente não existe no asteroide, com o objetivo de criar uma cratera.

Esta é uma das tarefas mais arriscadas da longa missão Hayabusa2, que já possibilitou a coleta de informações valiosas sobre Ryugu, que podem ajudar a compreender a criação do sistema solar.

Em duas semanas, Hayabusa2 voltará ao Ryugu e tentará pousar brevemente na cratera criada para recolher amostras.

“Estamos impacientes para ver o que vai acontecer com o impacto no asteroide”, disse no início desta semana a repórteres Takashi Kubota, um dos responsáveis pela missão.

A cratera artificial poderia atingir 10 metros de diâmetro, se a superfície for arenosa, mas pode ser menor, de apenas 3 metros, se rochosa, de acordo com os cientistas da JAXA.

Em fevereiro, Hayabusa2 conseguiu pousar em Ryugu, um contato furtivo que aparentemente permitiu a coleta de poeira da superfície do corpo interestelar.

A aventura Hayabusa2 começou em 3 de dezembro de 2014. A sonda partiu em uma longa viagem de 3,2 bilhões de quilômetros para chegar ao asteroide Ryugu, cuja distância da Terra varia a cada cinco anos entre 70 e 410 milhões de quilômetros, em razão da impossibilidade de viajar em linha reta.

Foram necessários três anos e meio para chegar ao seu destino. Em junho de 2018, finalmente se estabilizou a 20 quilômetros de Ryugu, asteroide muito antigo em forma de diamante e que data da formação do sistema solar, 4,5 bilhões de anos atrás.

Em outubro, a sonda lançou no asteroide um pequeno robô franco-alemão, Mascot, que trabalhou mais de 17 horas para analisar a composição da superfície do corpo rochoso primitivo, na esperança de entender melhor a formação do sistema solar.

O objetivo final é contribuir para enriquecer o conhecimento do nosso ambiente espacial, “para entender melhor o surgimento da vida na Terra”, segundo a JAXA.

O retorno à Terra da sonda Hayabusa2 está previsto para 2020.