A sonda espacial americana Voyager I alcançou a fronteira do Sistema Solar, onde os ventos solares não sopram mais ao exterior, apenas lateralmente, anunciou a Nasa esta terça-feira.

A sonda e sua sucessora, a Voyager II, foram lançadas em 1977 e desde então têm transmitido um importante volume de informações sobre planetas que estão em outros sistemas.

Os pesquisadores da agência espacial americana (Nasa) estimam que a Voyager I deixará o Sistema Solar dentro de quatro anos para entrar no meio interestelar, fora da influência magnética do Sol.

Por enquanto, o Voyager I está a 17,4 bilhões de quilômetros do Sol, “em uma zona onde a velocidade do gás quente ionizado (…) que emana do Sol cai para zero”, explicou a Nasa.

“Os cientistas têm como hipótese que os ventos solares se tornam laterais sob a pressão dos ventos interestelares”, acrescentou a Nasa, que apresentou estes dados em uma reunião da American Geophysical Union, em San Francisco.

A Nasa já tinha descoberto, em junho, que estes ventos caíam a zero, mas quis confirmar esta descoberta avançando na análise de dados.

“Quando me dei conta de que (estes dados) tinham uma velocidade que caiu a zero, fiquei estupefato”, disse Rob Decker, um dos cientistas encarregado da questão das partículas de baixa energia da missão Voyager e pesquisador da Universidade John Hopkins.

“Eis que a Voyager, esta sonda que trabalha como uma mula há 33 anos, nos mostra mais uma vez algo completamente novo”, acrescentou.

A Nasa descreveu esta descoberta da Voyager “como um marco em sua viagem pela heliosfera (…) e de sua saída próxima do nosso Sistema Solar”.

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