A CRISE IMOBILIÁRIA americana atingiu o Brasil. Mas não trouxe na bagagem recessão ou problemas financeiros.

Ela chegou com uma oportunidade de investimento para os brasileiros.

E sabe onde? Justamente no setor econômico mais problemático dos Estados Unidos nos últimos anos: os imóveis. No início do ano passado, um apartamento de dois dormitórios em Miami poderia custar até US$ 400 mil para os interessados. Com o dólar a R$ 2,40, era praticamente impensável desembolsar cerca de R$ 960 mil para adquirir uma segunda residência em terra estrangeira. O cenário mudou. O real valorizou-se cerca de 40% sobre o dólar em um ano. E as residências tiveram uma depreciação média de 30%. Estão entregues as chaves do american dream?

Parece que sim. Os preços baixos dos imóveis têm atraído o interesse, principalmente, de investidores estrangeiros. ?Atualmente os grandes clientes da Flórida são canadenses e brasileiros?, diz Léo Ickonowicz, há 17 anos nos Estados Unidos e sócio da corretora Elite International. O momento é tão especial que a Elite firmou uma parceria com a brasileira Leardi Imobiliária para atender à demanda. Um imóvel residencial no mesmo padrão descrito acima hoje pode sair por R$ 470 mil. Para facilitar a venda para os interessados, é possível pleitear um financiamento imobiliário com uma taxa anual de 6,5%. Por 30 anos. Caso seja aprovado, é necessária uma entrada de 30% do valor.

Cerca de 40% dos compradores são investidores que acreditam no reaquecimento e na valorização do setor imobiliário americano. Primeiramente eles são remunerados em 5% ao ano com o aluguel dessa residência, mas arcam com as despesas de condomínio e imposto. Para quem tem um fôlego financeiro capaz de aportar US$ 1 milhão ? cerca de R$ 1,7 milhão ?, um novo segmento que surgiu para os investidores estrangeiros após a crise do subprime são os imóveis comerciais. A vantagem de salas comerciais é que todas as despesas são de responsabilidade do inquilino.

E o aluguel rende 7% ao ano. ?Quem investe em imóvel comercial espera o retorno para daqui a oito anos?, afirma Ickonowicz.