23/03/2013 - 21:00
Senha do banco, da internet, da rede social. Código de segurança para entrar no trabalho, para acessar a intranet. Em meio a tantos números, o investidor ainda se depara com siglas como CNPI, CPA, CFA e CFP quando o assunto são as certificações na área financeira. O que significa essa sopa de letrinhas? Criadas por determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN), em 2003, são uma espécie de salvaguarda para os investidores, pois exigem dos profissionais que recomendam investimentos, sejam de renda fixa ou de ações, a comprovação de saberem o que estão falando. O profissional que atende o investidor brasileiro pode exibir dois tipos de certificação, título fornecido a profissionais que passam em exames rigorosos de conhecimento em entidades especializadas.
Educação financeira: O Investidor reconhece a diferença entre
um profissional certificado ou não, dizem Maye (esq.),
do FPSB, e Mannhardt, do IBCPF
Alguns são obrigatórios, como o Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI), exigido para quem analisa ações, e a Certificação Profissional Anbima, que pode ter duas graduações: a CPA-10, mais simples, e a CPA-20, mais completa. Entre as certificações facultativas, as mais conhecidas são as americanas Chartered Financial Analyst (CFA), considerada uma pós-graduação, e a Certified Financial Planner (CFP). De acordo com a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec), responsável pelo CNPI e pela autorregulação da atividade, existem 1.396 profissionais certificados no País. Já o CFA foi conferido a 500 profissionais brasileiros desde o primeiro exame de certificação, realizado em 1990.
Para Noel Maye, CEO do Financial Planning Standards Board (FPSB), órgão responsável pela marca CFP, as certificações fazem parte do processo de educação financeira do investidor. “Ele começa a reconhecer a diferença entre um profissional certificado ou não”, afirma Maye.No fim de fevereiro, o Brasil chegou a 1.128 planejadores financeiros certificados, um crescimento de 24%, em relação a 2012. “É um número importante para uma região onde há pouco mais de duas décadas era impossível à população planejar-se financeiramente, por conta da hiperinflação”, afirma Ulf Mannhardt, presidente do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), entidade brasileira filiada ao FPSB e autorizada a conceder a certificação no País.
Para garantir qualidade e dar mais transparência às empresas de capital aberto, o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) também vai começar a certificar os seus profissionais. Facultativas, as primeiras provas devem acontecer entre abril e junho e a meta é atingir três mil profissionais que atuam nas empresas abertas. “A área de finanças é muito dinâmica e demanda qualificação, conhecimento e reciclagem constante”, diz Diego Barreto, diretor do instituto. “A certificação eleva o nível dos profissionais e contribui para o desenvolvimento do mercado.”