20/08/2022 - 5:00
O biólogo molecular e chef de cozinha zimbabuano Tapiwa Guzha virou notícia em todo o mundo por suas criações inusitadas, especialmente o sorvete e peixe seco com pimenta e caramelo. Segundo o site argentino Infobae, o chef já criou mais de 600 sabores, que agradam turistas e moradores que formam longas filas na sorveteria Tapi Tapi, na Cidade do Cabo, na África do Sul.
O nome da loja, curiosamente, significa “rico rico” em shona, idioma nativo de Guzha. “Meu sorvete deve ajudar as pessoas a celebrar a diversidade e também reconhecer que somos todos mais parecidos do que diferentes”, comenta o biólogo molecular, citado pelo site argentino.
+ Häagen-Dazs: sorvetes com substância tóxica custam até R$ 75; saiba identificar
Hoje com 36 anos, o zimbabuano mudou para a Cidade do Cabo em 2018 para estudar. Na época, começou a criar sorvetes para si e para amigos próximos. Logo a demanda foi crescendo e ele começou produzir sob demanda. Em 2020, decidiu abrir o Tapi Tapi no bairro Observatório.
De acordo com o Infobae, Tapiwa Guzha se inspira nos aromas da infância, do quintal da avó, no subúrbio da capital do Zimbábue, Harare, para criar sorvetes que levam ingredientes como sorgo, painço, hibisco e amendoim. Para ele, é essencial a presença de componentes típicos das tribos africanas, como abóbora assada, tamarindo e quiabo. Esses aromas incomuns são combinados com laranjas sul-africanas, maracujá, uvas vermelhas, chá, baunilha de Madagascar ou coco de Uganda, por exemplo.
Até argila comestível, que é rica em minerais e muito consumida por mulheres grávidas em alguns países da África, ajuda a dar um sabor diferenciado ao sorvete, além da textura única.
No caso do sorvete que está causando polêmica na web, ele combina peixe kapenta salgado e seco, caramelo e pimenta scotch bonnet. Outro componente que está presente em vários itens do menu da sorveteria e que é comum na África é a lagarta da mariposa Gonimbrasia belina, que é chamada mopane.
Tapiwa Guzha diz que se alegra com as variadas reações dos clientes. “Já vi de tudo, desde reações de entusiasmo, surpresa e fascínio até pessoas que ficam enojadas ou chocadas”, conta o chef zimbabuano, citado pelo site argentino. Ele reconhece que gosta de “provocar’.