Um boato recorrente no mercado há anos se confirmou na segunda-feira 23. A Souza Cruz, um dos nomes mais tradicionais do pregão, listada desde 1946, admitiu, em fato relevante, que sua acionista controladora, a British American Tobacco, avalia uma oferta pública para a aquisição das totalidades de suas ações. Atualmente, a Souza Cruz possui 380 milhões de papéis em circulação, o equivalente a 24,7% de todas as ações emitidas e a R$ 10,1 bilhões pela cotação na terça-feira 24. Em uma eventual operação, o preço pago por cada ação seria de R$ 26,75, prêmio de 30% em relação à média dos últimos três meses. “A concretização da oferta ainda está sujeita à obtenção de aprovações societárias e à finalização de um laudo por avaliador independente”, informou a Souza Cruz em um comunicado. De acordo com a empresa, o fechamento de capital não produzirá impactos relevantes em suas operações. O investidor reagiu bem e, no dia, as ações da empresa fecharam em alta de 7,73%. No ano, as ações da companhia sobem 32%.

Palavra do analista: 
Daniela Martins, analista da Concórdia Corretora, afirma que no curto prazo a operação beneficia os investidores, já que o prêmio de 30% sobre a média da cotação e a valorização das ações da empresa nos últimos anos valem a pena. “Caso a OPA seja realizada, nós recomendamos a adesão.”

Infraestrutura

A fonte de problemas da Sabesp

O baixo nível dos reservatórios não será o único desafio enfrentado pela Sabesp, presidida por Jerson Kelman. Os resultados também devem secar. No terceiro trimestre de 2014, a receita subiu 2%, para R$ 2,8 bilhões, e a despesa avançou 21%, para R$ 1,98 bilhão. O mercado estima lucros 46% menores em 2014. “Isso torna a empresa menos atrativa”, diz Celson Plácido, da corretora XP. Desde 2013, as ações caíram 38,8%.

Touro x Urso

A reação ao rebaixamento do grau de investimento da Petrobras, na terça-feira 24, foi menos drástica do que se esperava. Embora as ações tenham caído mais de 6% no pior momento do dia, o restante do mercado recuou relativamente pouco, pois o rebaixamento já era esperado.

Petróleo

O sucessor de Eike

Os acionistas da OGPar, antiga OGX, elegeram, na segunda-feira 23, o engenheiro mecânico Gunnar Gonzalez Pimentel para assumir a vaga de Eike Batista no conselho de administração. Pimentel permanecerá na função até o fim do ano, quando termina o mandato dos demais conselheiros. Para a presidência, o conselho elegeu o engenheiro Pedro de Moraes Borda. Em 2014, as ações da OGPar caíram 62,5%, e permanecem estáveis neste ano, a R$ 0,08.

Papéis avulsos

Novo resultado negativo no Fleury

A Core Participações, controladora do laboratório de diagnósticos Fleury, desistiu de vender o controle da empresa e analisa oportunidades de associação. Em comunicado, a companhia de medicina diagnóstica informou que o objetivo é criar valor para os acionistas no médio prazo. Para isso, foi contratada a empresa paulista de fusões e aquisições Inspire Capital Partners e o banco JP Morgan, que devem assessorar a empresa neste processo. Não é a primeira vez que os controladores buscam alterar a estruturação do capital do laboratório. Em outubro de 2014, a Core Participações encerrou sem sucesso negociações para a venda de sua participação no Fleury para a gestora de recursos Gávea Investimentos. No ano, as ações do Fleury recuam 13,10%.

Tecnologia

Totvs anuncia parceria com a Rede

A Totvs, empresa paulista de software de gestão, e a Rede, unidade de meios de pagamento móveis e eletrônicos do Itaú Unibanco, lançaram, na terça-feira 24, três serviços voltados para micro e pequenas empresas com faturamento de até R$ 3 milhões por ano. O objetivo da Totvs e da Rede é permitir que essas empresas tenham acesso fácil ao comércio eletrônico, sistemas de gestão de negócios e meios de pagamento. A iniciativa está no bojo do crescimento acelerado do segmento de pagamentos móveis. De acordo com Laércio Consentino, presidente da Totvs, existe um milhão de empresas como potenciais clientes para a adesão do produto no País. No ano, as ações da Totvs sobem 4,4%.

Mercado em números

TELEFÔNICA
R$ 4,9 bilhões –
 Foi o lucro líquido da empresa, no ano passado, alta de 32,9% em relação ao ano anterior.

BRASILPREV
R$ 987 milhões - 
Foi o lucro líquido do braço de previdência privada aberta da BB Seguridade em 2014, crescimento de 69,5% em relação ao mesmo período de 2013.

BANCO DO NORDESTE
R$ 748 milhões –
 Foram os ganhos do banco em 2014, alta de 105,33% sobre 2013. O resultado foi o melhor da história da instituição estatal desde sua criação, em 1952.

MARCOPOLO
R$ 224 milhões –
 É o lucro líquido da fabricante de carrocerias, registrado em 2014, queda de 23,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

RANDON
R$ 171 milhões - 
Somaram as vendas no mês de janeiro, da fabricante de implementos rodoviários, uma queda de 34,9% em relação aos R$ 262,4 milhões no mesmo mês de 2014.