A cidade de São Paulo começa nesta quarta-feira, 20, a vacinação contra a covid-19 de crianças entre 3 e 4 que tenham deficiência física, mental ou sensorial permanente e comorbidades. A imunização será feita com a Coronovac, o único imunizante liberado para esta faixa etária pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O público elegível na capital, sem considerar apenas quem tem comorbidade ou deficiência permanente, é de 55 mil crianças com 3 anos e 158 mil, com 4 anos. Após a aprovação da Coronavac pela Anvisa, na semana passada, o Ministério da Saúde orientou que Estados e municípios usem seus estoques, mas nem todos tinham reservas do imunizante para iniciar esta nova faixa da campanha.

Estoque baixo atrasa início da vacinação para crianças

Covid-19: vacinação deve começar por crianças imunocomprometidas

Parte das capitais, como Rio, Salvador e Distrito Federal, já liberou o início dessa etapa. Outras, como Belo Horizonte e Porto Alegre ainda não haviam definido cronograma. Nem todas as cidades, porém, têm estoque suficiente para a primeira e a segunda aplicação, que deve ocorrer após 28 dias. O Ministério da Saúde disse que está providenciando mais doses, mas não divulgou previsões de entrega dos novos lotes.

Até agora, podiam ser vacinadas somente crianças entre 5 e 11 anos. Nesta faixa etária, segundo a Secretaria paulista, a cobertura está em 72,9% com as duas doses.

Orientações

O Ministério da Saúde recomendou nesta terça, 19, que Estados e municípios priorizem a vacinação de crianças de 3 e 4 anos imunocomprometidas contra a covid-19 antes de distribuir o imunizante para todos os que se encontram na faixa etária. A orientação foi dada por meio de uma nota técnica publicada pela pasta.

No documento, o Ministério admite que o estoque da Coronavac no País está baixo, e informa que, por esse motivo, a pasta está em negociação com o Instituto Butantan – produtor da vacina no Brasil – e com o Consórcio Covax Facility para a aquisição de mais imunizantes para o Brasil.

O Covax Facility é uma aliança internacional feita entre países para assegurar a distribuição de vacinas contra a covid-19 para todas as nações do mundo. “Tendo em vista a aprovação pela Anvisa da vacina Coronavac para o público infantil de 3 a 5 anos de idade e, atualmente, as quantidades limitadas dos estoques deste imunobiológico nos Estados e municípios, fica orientado o início da vacinação de forma gradual para todas as crianças imunocomprometidas de 3 e 4 anos de idade, seguida pelas faixas etárias de 4 e depois 3 anos de idade”, diz o Ministério na conclusão da nota técnica.

De acordo com a pasta, os estados que tiverem o imunizante disponível nos estoques já podem iniciar a vacinação do público infantil, desde que respeitem a sequência recomendada. E para priorizar o público recém elegível, o Ministério da Saúde também orientou que a imunização de crianças a partir de 5 anos seja feita, a partir de agora, com a vacina da Pfizer.

Intervalo

Da mesma maneira como tem sido administrada para os adultos, as doses da Coronavac para as crianças de 3 e 4 anos também devem ser distribuídas no intervalo de 28 dias. Por essa razão, o Ministério destacou que a gestão das vacinas disponíveis deve ser feita de modo a garantir a imunização completa do público. Isto é, que as crianças que tomaram a primeira dose tenham a segunda garantida.

“Orienta-se que Estados e municípios façam a gestão dos quantitativos disponíveis dessa vacina em seus estoques, com o intuito de garantir a segunda dose com o intervalo de 28 dias, até que os estoques sejam restabelecidos pelo Ministério da Saúde”, frisou a pasta, também na conclusão da nota técnica.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.