A S&P Global Ratings avalia que a greve do setor automotivo dos Estados Unidos poderá afetar a produção de cerca de 3.200 unidades por dia, considerando as proporções atuais da paralisação, além de potencialmente trazer impactos para as empresas que integram a cadeia de suprimentos das companhias afetadas.

Antes da manifestação, a previsão de produção de veículos nas três fábricas atingidas já era 17% menor para este ano em relação a 2022 no segmento de picapes médias.

Ainda que a greve convocada pelo sindicato United Auto Workers (UAW), que representa mais de 140.000 trabalhadores da indústria automotiva, tenha começado com três linhas de montagens de veículos, a manifestação significa o início de uma greve potencialmente duradoura e prejudicial, disse Joe Langley, da S&P Global Mobility.

Em maior escala, a Ford, a GM e a Stellantis representaram cerca de 49% da produção de veículos rápidos dos EUA em 2022. Muitos dos fabricantes de automóveis têm estoques suficientes para satisfazer a procura dos consumidores, dependendo da duração da greve. Mas se a paralisação continuar nessas fábricas específicas, poderá dar uma vantagem à rival Toyota, que está prestes a lançar seu modelo Tacoma redesenhado.

O UAW já ameaçou anunciar greves adicionais em fábricas na sexta-feira se não for feito avanço nas negociações em torno de um novo contrato.

A S&P Global Ratings disse não trabalhar com a possibilidade de mudança no rating de crédito das montadoras em razão da greve.

Um colchão relevante para a volatilidade do setor já está incorporada nas avaliações de risco financeiro para a indústria automóvel, diz a S&P Global.

Para os fornecedores de automóveis, a equipe da S&P Global Ratings também prevê que a greve terá um impacto limitado nas métricas de crédito. A S&P Global Ratings prevê que o volume perdido para os fornecedores de automóveis será recuperado rapidamente quando a greve terminar.