28/05/2025 - 12:46
Os royalties pagos pelo Spotify a artistas brasileiros no ano passado aumentaram 31% em relação a 2023, totalizando um recorde de R$ 1,6 bilhão, sendo que mais de 70% foi gerado por artistas ou selos independentes, de acordo com dados da plataforma de streaming de música divulgados nesta quarta-feira, 28.
O montante representa menos de 3% do gerado globalmente em 2024, quando o Spotify pagou US$10 bilhões (cerca de R$56,5 bilhões) à indústria da música, mas é um patamar recorde para a empresa no Brasil.
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Em 2022, o valor total pago pela empresa em royalties no Brasil somou cerca de R$1 bilhão e, em 2021, foram aproximadamente R$800 milhões.
Em outros países, como Alemanha, Espanha e Reino Unido, os aumentos na geração de royalties por artistas locais em 2024 foram de, respectivamente, 17%, 11% e 8%.
“A gente vem quebrando recorde atrás de recorde”, disse a diretora de música do Spotify Brasil, Carolina Alzuguir, à Reuters.
A executiva acrescentou que o faturamento do mercado fonográfico brasileiro como um todo subiu 21,7% em 2024, citando dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).
“Quando você olha só para o streaming, foi um crescimento de 22,5%…É muito positivo ver que não só a gente está crescendo e está batendo recorde atrás de recorde, como estamos puxando para cima o crescimento da indústria”, disse.
O mercado de música no Brasil faturou R$ 3,5 bilhões em 2024, puxado pelo streaming, que representou quase 90% das receitas no setor (R$ 3,05 bilhões), de acordo com relatório da Pro-Música, entidade representativa das principais gravadoras e produtores fonográficos do país.
O Spotify possui 268 milhões de assinantes no mundo, sendo 90% de sua receita proveniente dessas assinaturas e o restante de anúncios.
A América Latina responde por cerca de 23% dos assinantes globais, disse a empresa sueca, que não revela a quantidade de usuários pagantes no Brasil, mas afirma que tem visto “crescimento tremendo” em mercados como Índia, Brasil, México e Nigéria.
A lista de artistas brasileiros mais ouvidos no Spotify no 2024 foi liderada pela dupla Henrique & Juliano, seguida por MC Ryan SP e Ana Castela, potencialmente os maiores geradores de royalties no período, embora o Spotify também não discrimine os valores pagos para cada um dos detentores de direitos, que podem ser gravadoras, distribuidoras ou editoras musicais.

“No final das contas, os artistas que são mais escutados são os que geram mais royalties dentro da plataforma”, disse Alzuguir, reforçando que, apesar disso, a maior parte dos royalties foi gerada por artistas brasileiros independentes.
O montante total de royalties de R$ 1,6 bilhão – ou cerca de R$ 1,1 bilhão para artistas e selos independentes – pagos no ano passado no Brasil inclui reproduções tanto no país quanto no exterior, mas segundo Alzuguir o público brasileiro tem consumido fortemente produções locais.
Como exemplo, ela citou que ao analisar especificamente os royalties gerados por ouvintes dentro do Brasil, cerca de 60% desse valor vai para detentores de direitos brasileiros.
“O Brasil é um dos poucos mercados no mundo que tem um consumo de música local tão alto”, afirmou. “A maior parte dos royalties que a gente repassa, que são gerados dentro da plataforma no Spotify, são para artistas brasileiros.”