BANGCOC (Reuters) – Pelo menos 30 ativistas políticos na Tailândia foram hackeados com o spyware israelense de espionagem Pegasus, de acordo com uma investigação conjunta de grupos de direitos humanos e de monitoramento digital, que suspeitam que os ataques foram lançados localmente.

A investigação do grupo tailandês de direitos humanos iLaw, da agência de vigilância da internet do sudeste asiático Digital Reach e do canadense Citizen Lab seguiu um alerta em massa da Apple em novembro que informou a milhares de usuários do iPhone, inclusive na Tailândia, que eles eram alvos de “ataques patrocinados pelo Estado”.

O iLaw em relatório divulgado nesta segunda-feira disse que 24 ativistas políticos, três acadêmicos e três membros de grupos da sociedade civil foram alvos entre outubro de 2020 e novembro de 2021, variando de um a 14 incidentes cada.

Yingcheep Atchanont, gerente de programa da iLaw, estava entre os alvos das invasões e disse que seu grupo vai aprofundar investigações e que poderão entrar com uma ação legal assim que ficar claro quem na Tailândia está usando o software.

“A NSO disse que eles só vendem o software para governos e todas as vítimas aqui são críticos do governo tailandês, então eles se beneficiaram mais”, disse ele.

A NSO e um porta-voz do governo da Tailândia não comentara o assunto.

O relatório do Citizen Lab, separado do iLaw, examinou os rastros digitais deixados nos telefones das vítimas e identificou o uso do Pegasus na Tailândia em maio de 2014.

John Scott-Railton, pesquisador do Citizen Lab, disse que a investigação mostrou que o spyware estava sendo operado na Tailândia, com muito mais vítimas provavelmente.

“O que descobrimos é uma grande quantidade de alvos de dezenas de pessoas em um período de tempo específico, mas depois de investigar o Pegasus… ao longo da década, estou confiante de que é a ponta do iceberg”, disse ele.

(Por Panu Wongcha-um)

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