17/03/2022 - 20:27
Em 17 de março é comemorado o Saint Patrick’s Day, dia de festa com chope verde, trevo de três folhas e fantasias de duendes. No Brasil, a data é comemorada em bares e pubs. Por trás da data está a história do bispo que evangelizou a Irlanda com seus próprios símbolos culturais e incentivou a tradição da confissão, usada até hoje na Igreja Católica.
São Patrício teria vivido em meados do século quatro depois de Cristo. Nascido na Grã-Bretanha, ele foi capturado por piratas e enviado para a região onde hoje está situada a Irlanda, onde viveu escravizado por anos.
Após se libertar, Patrício ingressou na Igreja Católica e virou bispo. Com os elementos da cultura da Irlanda, Patrício levava o evangelho cristão aos moradores da região, explicou ao g1, o historiador, seminarista e estudante de Filosofia da PUC- RS, Rodrigo Naymaier dos Santos.
O trevo de três folhas era usado para explicar o conceito de Santíssima Trindade, de que Deus possui três expressões, como Pai, Filho e Espírito Santo. O chope verde remete à cor que simboliza o país, que também é conhecido como Ilha Esmeralda. Os duendes fazem referência aos seres mitológicos dos povos tradicionais da Irlanda.
Foi o evangelho de São Patrício que desenvolveu o sacramento da confissão, em que os fiéis confessam seus pecados a um padre para receberem o perdão em nome de Deus. Para o padre Luciano Massulo, da Paróquia São Pedro, de Porto Alegre, a história de Patrício é um exemplo de tolerância.
“Olhar para o testemunho de vida de Patrício é olhar para um testemunho de tolerância e diálogo. Patrício tinha as suas convicções ideológicas. Era um bispo católico. Mas é um bispo católico com a missão de anunciar o evangelho, que soube reconhecer diante daquela cultura, valores, soube ser respeitoso com as tradições e utilizar isso. Patrício nesse momento nos ensina muito (sobre) essa necessidade do respeito com as outras culturas”, disse Massulo ao g1. “São Patrício soube dialogar com a cultura local e se nós queremos continuar com esse processo de evangelização, precisamos dialogar”, finaliza o padre.