21/12/2015 - 0:00
Autor do livro “Startup Nation”, lançado no Brasil com o nome de “Nação empreendedora”, o jornalista Saul Singer é um dos responsáveis por disseminar, mundo afora, as empresas inovadoras de Israel. Leia uma entrevista sobre o tema com ele:
Por que Tel Aviv é uma das melhores cidades do mundo para começar uma startup?
Israel tem a maior densidade de startups de qualquer país do mundo. Há mais startups em Israel do que em qualquer lugar fora do Vale do Silício. Tel Aviv é o centro, mas elas estão espalhadas por todo o país.
O senhor poderia falar um pouco sobre o que faz o ecossistema da Tel Aviv tão especial?
Startups são o nosso esporte nacional. Para os empresários é revigorante estar em um lugar com uma atmosfera amigável. Os garçons em Hollywood querem ser atores. Em Tel Aviv, os garçons têm uma ideia para criar a sua própria startup. É o que nós fazemos.
Qual é a principal vantagem das startups de Israel em relação as que surgem no Vale do Silício?
Israel não é tão focada no mercado dos EUA, como as empresas do Vale do Silício. Esta é uma vantagem em um mundo onde muitos dos problemas são melhor abordados a partir de uma perspectiva de fora do mercado americano.
Existe uma ambição global para as startups de Tel Aviv?
Porque Israel não tem quase nenhum mercado local e não faz parte de um mercado regional, as startups israelenses pensam globalmente desde o primeiro dia. Essa é outra vantagem chave do nosso ecossistema.
Muitas multinacionais criaram departamentos de pesquisa e desenvolvimento em Israel. Por quê?
Startups são ótimas para a inovação e grandes empresas são boas em escala. Nenhuma é tão boa no que a outra faz. Mas conectar as forças das startups e das grandes companhias cria uma combinação poderosa. Por esta razão, mais empresas de diversos países estão trabalhando para construir seus laços com o ecossistema israelense.
Existe algum apoio do governo para ajudar as startups?
O governo tenta ajudar o crescimento do ecossistema quando pode, mas esse é sobretudo um fenômeno impulsionado pelo setor privado, como o Vale do Silício.
Qual é o principal desafio de começar uma startup em Tel Aviv?
A maioria das startups falham em toda parte, incluindo o Vale do Silício e Israel. O principal desafio é vencer estas probabilidades.
Na sua opinião, por que Israel tem tantas empresas de tecnologia?
Nós escrevemos “Nação Empreendedora” para responder a essa pergunta. Inovação foi a nossa forma de superar a adversidade: ser um país pequeno e sem recursos com uma vizinhança ruim.
Poderíamos dizer que hoje em dia há um frenesi sobre aplicativos. Basta ver o quanto o Facebook pagou para comprar WhatsApp no ano passado. Israel está pronto para esta nova onda de startups?
À medida que a economia mundial se torna verdadeiramente global, este é um dos pontos fortes de Israel. Israel está produzindo cerca de mil novas startups todos os anos – mais de duas por semana. Isso vai continuar, mas eu acho que, para crescer, Israel precisa inovar com grandes empresários e empresas de outros países. A grande oportunidade inexplorada é combinar os pontos fortes de diferentes países e inovar juntos.