Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por 90 dias o inquérito que apura a existência de milícias digitais que atentam contra a democracia e o Estado de Direito e que também investiga ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas realizados em uma live em julho de 2021.

A medida foi tomada por Moraes nesta sexta-feira, dia em que Bolsonaro fez duras acusações pessoais ao ministro do Supremo.

“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (6 de outubro de 2022), o presente inquérito”, decidiu Moraes.

Mais cedo, em entrevista no Palácio do Planalto, Bolsonaro voltou a atacar a decisão de Moraes de recentemente ter determinado a quebra de sigilo de mensagens do seu ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid. Essa ordem foi tomada pelo ministro do STF no inquérito das milícias digitais que foi prorrogado nesta sexta.

“O tempo todo usando a caneta para fazer maldade, tentar me tirar de combate, para desgastar. Já desafiei o Alexandre de Moraes, que vazou a quebra de sigilo telemático do meu ajudante de ordens, que é um crime o que esse cara fez. Esse cara fez um crime. Meu ajudante de ordem, em especial o Cid –porque eu tenho quatro– , é um cara de confiança meu”, acusou Bolsonaro aos gritos.

Moraes nunca se manifestou sobre a acusação sem provas feita pelo presidente de ter supostamente vazado essa informação da quebra do sigilo do seu auxiliar, que foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo poucos dias antes do primeiro turno.

O ministro do STF determinou a apuração do vazamento.

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