O consultor de gerenciamento de risco da StoneX, Thiago Vetter, avalia que são remotas as chances de a Rússia restringir as exportações de gasolina e diesel por longos períodos. Isso porque haveria grande excedente de produção frente à demanda de mercado interno russo, por mais que essa relação tenha ficado apertada nas últimas semanas.

“Espero que essa medida seja muito pontual e revisada em breve, à medida em que a situação de abastecimento nacional da Rússia seja normalizada. O impacto para o mercado internacional deve ser limitado”, disse Vetter.

Ainda assim, o impacto imediato nos preços globais foi significativo. Segundo o especialista, o anúncio dos cortes nas exportações russas nesta quinta-feira, 21, reforçou o movimento de alta no preço dos contratos futuros da commodity na Bolsa de Nova York, levando a uma alta de até 4%, com o diesel cotado a US$ 3,46 por galão.

A Rússia proibiu, temporariamente, exportações de gasolina e diesel para todos os países fora do círculo de quatro ex-Estados soviéticos – Bielorrússia, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão – para estabilizar o mercado interno do País e arrefecer os preços.

Nos últimos meses, a Rússia experimentou um aperto na oferta de gasolina e diesel, ligada a movimentos de manutenção em refinarias, além da alta do lado da demanda em função, por exemplo, do aumento do consumo no setor agrícola, animado por pela colheita da safra. “Os preços no mercado interno têm tido altas consideráveis”, diz Vetter.