O mais famoso site de comércio eletrônico do Brasil, o Submarino, tem planos ambiciosos para os próximos meses. A companhia pretende investir na possibilidade de saltar da internet e espalhar sua marca pelo Brasil com a ajuda de lojas físicas, que pode até se tornar um modelo de franquias, como faz a rede de lanchonetes Mc Donald?s. A primeira fase desse projeto começará a ser implantado até o final do mês em uma cidade do interior de São Paulo, Pirassununga, e outras três em Minas Gerais, Caldas, Patos de Minas e Uberaba. Nessas localidades, a companhia abrirá pequenas lojas de 50 metros quadrados que serão decoradas com um sofá, uma televisão com DVD e um aparelho de som ligado em alto volume para atrair compradores. ?Tudo é um teste. Em caso de êxito iremos muito além dessas cidades?, afirma Peter Furukawa, diretor do Submarino.

Essa pretensão esconde uma estratégia da empresa de conquistar clientes em locais onde o hábito da internet não está tão cristalizado como nos grandes centros urbanos. No espaço apertado, um mostruário de produtos e um vendedor irão ajudar no processo de compra, que será finalizada na internet. O produto segue mais tarde pelo correio, como qualquer transação on-line. A idéia surgiu dentro dos armazéns do Submarino, quando os funcionários identificaram que boa parte dos equipamentos eletrônicos de alto valor eram comprados por clientes de regiões afastadas. ?Descobrimos uma população de alto poder aquisitivo que não estava nos grandes centros de compras?, diz Furukawa.

 

Modelo aprovado. De início, a intenção é investir apenas R$ 50 mil num teste de pequenas proporções. Não foram feitos estudos de mercado para avaliar as chances de sucesso. No caso, tenta-se aprender com experiências já realizadas por redes como Magazine Luiza, a gaúcha Lojas Colombo e a C&A. ?Já estamos pensando em um plano de expansão das oito lojas que já temos no mesmo estilo do Submarino?, diz Alexandre Blauth, gerente de informática da gaúcha Lojas Colombo. Quem inventou o modelo foi a Magazine Luiza, ainda em 1992. Nele, o comprador escolhia o bem num catálogo (naquela época, de papel) e o produto era entregue mais tarde em casa. Hoje a empresa já abriu 28 lojas desse tipo em cidades como Batatais e Morro Agudo. A única tentativa frustrada até agora foi a da C&A, que não conseguiu convencer os clientes a comprar roupas na tela do PC. O Submarino, por seu turno, pretende reunir a equipe em maio do próximo ano para uma avaliação para decidir se deve ou não aumentar o número para 30 lojas até o final de 2003. Nos planos mais ambiciosos há até uma idéia de abrir cem pontos franqueados no País.