13/12/2022 - 8:20
Cotado para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o coordenador dos grupos de trabalho do governo de transição, Aloizio Mercadante, procurou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, para dizer que não há mais espaço fiscal para a política de subsídios adotada em governos passados do PT para o banco público. O recado foi dado em um contexto de reação do mercado a seu nome. O dólar fechou nesta segunda, 12, em alta de 1,26%, a R$ 5,3116, e o Ibovespa caiu 2,02%, aos 105.343,33 pontos.
Os dois se encontraram após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Ao Estadão, o presidente da Febraban relatou que o ex-ministro o procurou para falar sobre temas afeitos ao setor bancário, incluindo o BNDES. Como antecipou o Estadão na sexta-feira, 9, Mercadante é um dos nomes fortes para a instituição. Há um temor no mercado de uma reedição do governo Dilma Rousseff e de concessão de empréstimos subsidiados pelo Tesouro para alavancar as operações de crédito.
O mercado também teme a volta da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), substituída pela Taxa de Longo Prazo (TLP) no governo Michel Temer. A nova taxa passou a balizar o custo dos financiamentos pelo banco de fomento com menos subsídios do Tesouro. Sobre a taxa atual, o ex-ministro e ex-senador do PT reforçou que o BNDES não tem competência para promover alterações na TLP, que decorre de lei aprovada pelo Congresso.
Há também receio de que sejam retomadas as operações de crédito para o exterior, como Cuba e Venezuela, criticadas em razão dos calotes. Mercadante também disse que não haverá financiamentos para o exterior nos moldes anteriores.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.