O senso comum indica que se uma pessoa é bem sucedida no trabalho, acumula riqueza, fama e admiração ela será automaticamente feliz. O ator Daniel Craig, o mais recente James Bond da franquia 007, revelou no documentário Being James Bond, que não. O artista inglês sofreu para lidar com a fama e contou com a ajuda do colega Hugh Jackman para enfrentar o sofrimento emocional.

“Minha vida pessoal foi afetada por me tornar tão famoso de repente. Eu costumava me trancar em casa e fechar as cortinas. Eu estava fisicamente e psicologicamente sob ataque”, declarou Craig ao jornal inglês The Independent.  Dirigido por Baillie Walsh, o documentário de 46 minutos está disponível na Apple TV até 7 de outubro. O próximo filme da franquia 007, Sem Tempo para Morrer, estreia no fim deste mês, embora possa ser adiado pela quarta vez devido à pandemia do coronavírus.
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Para Ana Carolina Peuker, pós-doutora em psicologia, professora da UFRGS e CEO da BeeTouch, startup de soluções para saúde e qualidade de vida, a concepção de saúde não pode ser separada em física e emocional. Cuidar da saúde de uma maneira geral, com relevância à questão mental, é fundamental ao desenvolvimento profissional.

“Especialmente agora, com a crise pandêmica, todo mundo teve uma consciência maior da importância da saúde mental. O indivíduo que tem capacidade emocional maior tem mais inteligência emocional, regula seus estados emocionais, consegue identificar suas emoções, resolver conflitos, gerenciar os próprios sentimentos, ajudar outras pessoas”, afirma Peuker.

Ao preparar-se a uma carreira, um profissional vai buscar desenvolver com excelência as chamadas “hard skills”: competências técnicas, novas línguas, capacidade analítica, tomada de decisões. No entanto, segundo Peuker, é mais comum as pessoas esquecerem de desenvolver as “soft skills”: habilidade para se relacionar com as pessoas, capacidade de aprender coisas novas, comunicação, empatia, criatividade, liderança, pensamento crítico, inteligência emocional e colaboração.

“Quando se pensa em carreira se pensa na habilidade técnica, mas existem outras habilidades que são determinantes para o sucesso profissional. Se não tiver capacidade de comunicação, criatividade e empatia com colegas o profissional terá sérias dificuldades”, explica a professora universitária.

Em suma, para obter sucesso profissional é importante estar saudável: uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, dormir com qualidade, buscar autoconhecimento.

“As emoções e o nosso comportamento são determinados pelo nosso cérebro. A saúde emocional depende da saúde do cérebro. O indivíduo que tem capacidade emocional e inteligência emocional regula seus estados emocionais, consegue identificar emoções, resolver conflitos, gerenciar os próprios sentimentos e ajudar outras pessoas. Quem desenvolve essa capacidade tem tolerância à frustração, raiva, e isso favorece a tomada de decisão. Uma pessoa estressada com estilo não saudável de vida vai ser mais impulsiva e reativa e pode tomar decisões que a prejudique”, diz Peuke.

As habilidades do profissional do futuro

Segundo o relatório “O Futuro dos Empregos”, divulgado em 2018 pelo Fórum Econômico Mundial, o mercado de trabalho no futuro próximo será completamente alterado. Para se preparar a ele, o profissional do futuro deve desenvolver essas 11 habilidades:

1 – Gestão de conflitos
2 – Negociação
3 – Inteligência emocional
4 – Agilidade e adaptabilidade
5 – Proatividade
6 – Capacidade de analisar informações
7 – Criatividade
8 – Comunicação
9 – Liderança
10 – Gestão do tempo