09/05/2023 - 11:53
Por Gabrielle Tétrault-Farber e Denis Balibouse
LES PRADIERES, Suíça (Reuters) – Em um dos maiores exercícios militares da Suíça em mais de três décadas, soldados ensaiaram repelir um inimigo fictício, lançaram granadas e dispararam munições reais ao mostrarem as capacidades de autodefesa que definem a “neutralidade armada” do país.
Os exercícios, envolvendo 4.000 soldados espalhados por quatro cantões durante nove dias, ocorreram no momento em que o papel do país na defesa europeia tem se tornado foco em meio a pedidos para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa.
Na quinta-feira passada, no campo de tiro Les Pradières, um grupo de soldados de infantaria – a maioria civis que fazem parte do serviço militar regular – subiu lentamente uma colina, usando uma granada de fumaça para ocultar seus movimentos antes de se agachar para atirar nos alvos.
Os exercícios LUX 23, planejados desde 2021, não foram organizados em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro do ano passado, mas os militares suíços disseram que isso tornou o exercício ainda mais relevante.
“A disposição dos nossos parceiros e a compreensão da população em relação a esse tipo de exercício mudou muito”, disse Mathias Tuscher, comandante da Divisão Territorial 1 da Suíça.
“Isso, é claro, está diretamente ligado [à guerra na Ucrânia].”
A pressão pública e internacional aumentou para que a Suíça acabe com a proibição de exportação de armas para zonas de guerra, mas alguns grupos políticos temem que isso marque o fim de sua tradição de neutralidade em política externa.
(Reportagem de Gabrielle Tétrault-Farber e Denis Balibouse)