O jamaicano John Isa, fundador da rede de hotéis SuperClubs, ganhou fama ao inventar moda num setor marcado pela padronização. É dele, por exemplo, a criação do conceito All-Inclusive ? no qual todas as despesas estão incluídas nos preços das diárias. O jamaicano também acertou na mosca ao mexer com a libido dos hóspedes. Suas unidades Hedonism I, II e III, proibida para menores de 18 anos e onde o erotismo corre solto, são um sucesso. Hedonismo é uma doutrina que considera o prazer imediato como o único bem possível do ser humano (precisa dizer mais alguma coisa?). Observando a evolução histórica do Super Clubs, era de se esperar que o próximo passo do empresário fosse arrepiar os cabelos de seus pares. Nem tanto. John Issa pode ser inventivo, mas também é óbvio quando precisa e detesta perder dinheiro. Sua nova aposta é tão convencional que chega a surpreender. Ele vai entrar firme no turismo de negócios. E o laboratório para a nova experiência já está escolhido: Brasil.

A idéia da rede é encher o País com a nova bandeira Sonesta International. ?Vamos investir US$ 240 milhões até o final de 2006?, conta Xavier Veciana, diretor-geral do SuperClubs Brasil. O acordo operacional firmado entre John Isa e o magnata americano Roger Sonnabend, dono da Sonesta, prevê a instalação de oito hotéis de padrão quatro e cinco estrelas nas capitais do eixo Sul-Sudeste. Apesar de concentrar a maior fatia do chamado turismo de negócios, São Paulo não será o alvo prioritário da rede. ?A competição está muito acirrada nessa praça?, explica o executivo.

A estratégia de conquistar hóspedes engravatados não significa, contudo, que John Isa vai abandonar as raízes. O Brasil é tido também como ponto chave das atividades de lazer da rede. Por isso mesmo, o chefão já decidiu: vai gastar outros US$ 175 milhões na construção de sete empreendimentos com a bandeira SuperClubs. Aos mais afoitos, um lembrete: não há, até agora, previsão de trazer a marca Hedonism.