A Supervia, empresa que administra a malha de trens urbanos do Rio de Janeiro, deve fechar ainda este mês um acordo com o governo do estado para devolver a concessão, disseram à Reuters três fontes próximas às negociações.

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As tratativas para a devolução estão sendo intermediadas pelo poder judiciário fluminense, onde tramita a recuperação judicial da Supervia.

“O acordo está quase pronto e a devolução está acertada”, disse uma das fontes. “Faltam detalhes para a assinatura”, adicionou uma segunda fonte.

As negociações em cursos preveem que tanto o concessionário quanto o governo do Estado façam aportes na concessão para garantir o funcionamento após a devolução do serviço.

A ideia do governo fluminense é contratar em caráter emergencial uma empresa para operar o sistema de trens fluminenses. Um interventor também deve ser nomeado para cuidar da operação até que o Estado consiga preparar uma nova concessão.

“O serviço tem de melhorar, o Estado quer entrar com dinheiro para aportar na rede e nos dormentes”, disse uma das fontes.

A expectativa é que essa operação dure aproximadamente 6 meses.

O governador do Estado Cláudio Castro disse em evento nessa terça-feira que nos próximos dias haverá uma solução para a concessão da Supervia.

“Estamos perto, muito perto de uma solução para, de forma mediada, arrumar a Supervia”, Castro a jornalistas.

Procurada, a Supervia não se pronunciou.

A concessionária já tinha manifestado em outras ocasiões dificuldade na manutenção dos serviços devido a uma queda no fluxo de passageiros após a pandemia e problemas de segurança. Frequentemente cabos da rede aérea dos trens são roubados e furtados.

A SuperVia opera o serviço de trens urbanos na região metropolitana (Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim), através de uma malha ferroviária de 270 quilômetros dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações.

A Supervia é controlada pela Guarana Urban Mobility Incorporated (Gumi), da japonesa Mitsui, desde 2019. Nos últimos meses, essa é a segunda concessionária de serviços de transportes públicos no Rio de Janeiro que desistem da operação.