O Supremo Tribunal português rejeitou, nesta quarta-feira, um pedido para a libertação do ex-primeiro-ministro José Sócrates, em prisão preventiva desde o dia 24 de novembro por corrupção.

A prisão de Sócrates “não atenta de maneira desproporcional contra sua liberdade individual”, afirmou o Supremo, citado pela imprensa portuguesa.

O Supremo Tribunal considerou que a medida decidida pelo juiz de instrução está justificada pelo risco de uma eventual fuga de Sócrates, e por uma possível perturbação da investigação em curso.

O pedido por sua libertação havia sido apresentado por uma jurista de Vila Nova de Gaia. O advogado de Sócrates, Joao Araújo, afirmou que esta ação não fazia parte de sua estratégia, mas que fará uma objeção à detenção de seu cliente nos tribunais.

Após um longo interrogatório, José Sócrates, de 57 anos, foi acusado no dia 24 de novembro de fraude fiscal qualificada, corrupção e lavagem de dinheiro, tendo sido detido, em seguida, na prisão de Évora.

A justiça centra sua investigação em montantes elevados transferidos para sua conta bancária e no estilo de vida de Sócrates, que parecem incompatíveis com as declarações de renda feitas pelo ex-premier.

A compra de um apartamento de luxo em Paris, negada por ele, seria outro elemento incriminatório.

“As acusações feitas contra mim são absurdas, injustas e infundadas, e a decisão de me deixar detido constitui uma humilhação gratuita”, considerou Sócrates na última quinta-feira.

Este caso acontece provavelmente no pior momento para o Partido Socialista português, que no domingo elegeu sua nova direção e aspira recuperar o poder nas eleições legislativas de 2015.