O adolescente supremacista branco acusado de matar 10 afro-americanos em um ataque racista em um supermercado em Buffalo, Nova York, compareceu nesta quinta-feira (19) ao tribunal, que ordenou sua prisão preventiva durante a investigação.

Payton Gendron, de 18 anos, vestido com o uniforme laranja dos presos americanos e uma máscara, ficou em silêncio diante do juiz Craig Hannah, do tribunal de Buffalo.

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“O réu permanece sob custódia”, anunciou o promotor distrital do condado de Erie, John Flynn, em um comunicado. A próxima audiência acontecerá em 9 de junho.

Vários familiares do suspeito estavam na sala, segundo jornalistas da imprensa local.

Uma pessoa presente na audiência gritou “Payton, você é um covarde!” enquanto ele saia algemado, mostra um vídeo postado no site do canal de notícias local WGRZ.

Gendron é acusado de matar dez pessoas e ferir outras três durante um tiroteio em um supermercado de Buffalo no sábado, em um dos piores massacres racistas da história recente dos Estados Unidos, corroído, segundo o presidente Joe Biden, pelo “veneno” supremacista.

Vestindo colete à prova de balas, capacete e armado com fuzil AR-15, o jovem, que em um manifesto de 180 páginas postado nas redes sociais se declara “fascista”, “racista” e “antissemita”, transmitiu ao vivo o ataque que teria preparado cuidadosamente por meses.

Ele escolheu o supermercado Tops por estar localizado em um bairro de população majoritariamente negra.

Gendron se declarou inocente da acusação de assassinato em primeiro grau. As autoridades consideram a possibilidade de acusá-lo também de crime de ódio e terrorismo.

Durante sua visita a Buffalo para confortar as famílias das vítimas, Biden descreveu o massacre que chocou o país como “terrorismo doméstico” e mais uma vez pediu ao Congresso que regule a livre circulação de armas de fogo. nas ruas do país. O presidente sempre enfrentou oposição republicana contra qualquer regulamentação.

Até agora este ano, a organização Gun Violence Archive registrou mais de 200 “tiroteios em massa” no país, onde as armas causaram quase 20.000 mortes em 2021.