A Justiça Militar decretou a prisão de dois militares suspeitos de envolvimento no furto de 21 armas do Arsenal de Guerra de São Paulo em outubro do ano passado. O mandado foi cumprido na última sexta-feira, 23, e os suspeitos, que não tiveram cargo e patentes divulgadas, permanecem presos preventivamente após audiência de custódia.

Essas são as primeiras prisões do inquérito policial militar encerrado em 16 de fevereiro. Além dos detidos, 38 militares já enfrentam punições administrativas relacionadas ao caso. Durante a investigação, em 2023, o Comando Militar do Sudeste chegou a manter cerca de 500 militares aquartelados em Barueri.

Na ocasião, o diretor do Arsenal, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, foi exonerado do cargo que foi ocupado pelo coronel Mário Victor Vargas Júnior.

A ausência do armamento foi notada no dia 10 de outubro durante inspeção. O Exército alegou que o material, considerado inservível, havia sido recolhido para manutenção. Entre as armas furtadas estavam 13 metralhadoras calibre .50, de alto impacto, e oito fuzis 7,62 mm.

As investigações apontam que os armamentos seriam destinados a negociações com facções criminosas em São Paulo, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), e no Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho (CV). A polícia conseguiu recuperar 19 das 21 armas furtadas, mas duas metralhadoras ainda permanecem desaparecidas.

O furto é considerado o maior na história recente do Exército brasileiro, de acordo com o Instituto Sou da Paz. Anteriormente, o maior registro havia sido o roubo de sete fuzis em 2009, em Caçapava, interior de São Paulo.