As operações nos destroços do avião da companhia aérea alemã Germanwings, que caiu nesta terça-feira no sul dos Alpes franceses matando as 150 pessoas a bordo, foram suspensas no início da noite.

Um grupo de 30 gendarmes e um pelotão de montanha deve chegar na manhã desta quarta-feira aos destroços do aparelho, em uma zona escarpada e de difícil acesso dos Alpes franceses.

O aparelho caiu entre Digne e Barcelonnette, em um vale escarpado do maciço de La Blanche, cerca de 1.500 metros acima do nível do mar.

“O grupo de 65 gendarmes partiu durante a noite para chegar ao local por terra e vai pernoitar lá”, informou o tenente-coronel Jean-Marc Ménichini. Outros cinco policiais já estão no local para resguardar os destroços do avião.

No total, a operação envolve 300 bombeiros e outros 300 gendarmes, dez helicópteros e um avião militar.

Uma das caixas-pretas já foi recuperada e espera-se que revele as causas da queda do Airbus A320 da companhia alemã de baixo custo subsidiária da Lufthansa.

O avião realizava o voo entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha). A maioria dos passageiros era alemã e espanhola, mas também havia dois mexicanos, dois colombianos, dois argentinos, dois australianos e um belga, segundo funcionários dos respectivos países.

A imprensa marroquina noticiou a presença de um casal do país entre as vítimas.

Segundo a Germanwings, 67 alemães viajavam no aparelho, entre eles dois bebês e 16 adolescentes que retornavam de um intercâmbio escolar com estudantes espanhóis.

Entre as vítimas também há dois cantores de ópera: o baixo barítono Oleg Bryjak, de 54 anos, e a contralto Maria Radner, 33, que regressavam a Düsseldorf após cantar a ópera de Richard Wagner “Siegfried” no Gran Teatre del Liceu de Barcelona.

Fontes do teatro informaram que Radner viajava com o marido e o filho, um dos bebês mortos no acidente.

Radner nasceu em Düsseldorf e Bryjak, de origem cazaque, vivia na cidade há anos.

Segundo o general dos gendarmes David Galtier, “os corpos estão destroçados e nenhuma parte é maior que uma pequena mala”.

Entre os milhares de fragmentos do avião “é possível identificar apenas o trem de pouso”, confirmou um investigador, o que indica que o aparelho bateu diretamente contra a montanha.

Em Seyne, localidade próxima ao local do acidente, foi instalada uma capela.

Este desastre é o primeiro na França desde a queda de um Concorde da Air France, que causou 113 mortes (100 passageiros, nove membros da tripulação e quatro mortos no chão), em 25 de julho de 2000, pouco depois de decolar do aeroporto Roissy-Charles de Gaulle.