Papéis avulsos

 

A Vale, principal ação da bolsa brasileira, pode ver seus custos com royalties quase triplicar neste trimestre. A mineradora anunciou, na quarta-feira 4, que vai provisionar R$ 1,1 bilhão para pagar a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), devida aos Estados e municípios nos quais estão suas jazidas minerais. Mesmo tendo informado em seu formulário de referência mais recente que tinha R$ 5,64 bilhões a pagar do CFEM, a empresa presidida por Murilo Ferreira provisionara apenas R$ 314 milhões. O anúncio sinalizou perspectivas ruins para esse tributo, que vem sendo contestado administrativa e judicialmente pela mineradora. A provisão equivale a 60% das despesas médias trimestrais da Vale e vem em um momento ruim devido às expectativas negativas com relação à China, onde estão seus clientes. Nem mesmo a captação de US$ 1,5 bilhão por 30 anos pagando juros baixos recorde de 5,625% anuais animou os investidores.

 

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Bancos


Justiça indicia 17 no PanAmericano

 

Luiz Sandoval, Rafael Palladino, Wilson de Aro e outros 14 ex-funcionários do Banco PanAmericano foram indiciados por crime contra o sistema financeiro. A denúncia, impetrada pelo Ministério Público Federal, indica que os réus são suspeitos de alterar os resultados do banco de forma ilícita, apresentar documentos falsos à fiscalização do Banco Central e retirar recursos do banco indevidamente. O banco, vendido ao BTG Pactual em 2011, divulgou um rombo de R$ 4,3 bilhões por causa dessas operações. Neste ano, até a quinta-feira 5, as ações do PanAmericano caíram 15%. 

 

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Touro x Urso

 

As preocupações do mercado agora voltam-se para a China. A incerteza sobre sua desaceleração econômica deverá continuar agitando as principais ações da Bolsa. Papéis de mineradoras e siderúrgicas, com grande relevância no pregão, podem cair a ponto de criar oportunidades de compra para investidores arrojados.

 

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Destaque no pregão


Diploma de rentabilidade da Kroton

 

As ações da Kroton Educacional lideraram as altas em agosto. Os papéis subiram 83,3% no mês, ante uma alta de apenas 1,7% do Índice Bovespa. A empresa anunciou um lucro líquido de R$ 32,4 milhões no segundo trimestre de 2012, ante prejuízo de R$ 8,2 milhões no mesmo período de 2011, acima das expectativas do mercado. A causa dos bons resultados foram os ganhos de produtividade, com o aumento do número de alunos por turma.

 

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Palavra do analista: segundo Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros, a empresa fez boas aquisições no ano passado. “Recomendamos a compra, pois acreditamos no papel”, diz.

 

 



Quem vem lá


Cetip e Suzano no Ibovespa

 

A nova carteira teórica do Índice Bovespa (Ibovespa), que vai vigorar entre setembro e dezembro, registra a entrada das ações ON da Cetip, presidida por Luiz Fernando Fleury, e as PNA da Suzano Papel. O novo índice terá 69 ações de 64 empresas. Os cinco papéis mais importantes não mudaram: Vale PNA (9,129%), Petrobras PN (8,221%), OGX Petróleo ON (5,163%), Itaú Unibanco PN (4,476%) e PDG Realty ON (3,650%). 

 

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FIQUE DE OLHO: no período de 7 de maio até 31 de agosto, no qual vigorou a carteira anterior do Ibovespa, o índice registrou perdas de 6,8%. Com a nova carteira, em dois dias, houve queda de 1,45%.

 

 

 

 

Imóveis


Captação derruba ações da Rossi

 

A Rossi comunicou, na quarta-feira 5, que estuda um aumento de capital de R$ 500 milhões. O preço estimado será de R$ 450 por ação, 11% inferior à média dos últimos 60 pregões. A notícia levou as cotações a cair 17,4% em dois dias. A construtora informou que está buscando investidores privados. Essa decisão foi lida como uma indicação de que os controladores não estão dispostos a comprar todas as ações que serão emitidas, e não repercutiu bem no mercado.

 

 

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Mercado em números


OHL 

R$ 5,3 bilhões - Foi a avaliação da concessionária espanhola pela conterrânea Abertis, que deverá assumir seu controle até o fim do ano.

 

Minerva 

US$ 200 milhões – É a meta de exportações de carne do frigorífico a partir do Paraguai. Na segunda-feira 3, a empresa anunciou a aquisição do paraguaio Frigomerc, por US$ 35 milhões. 

 

EVEN

R$ 150 milhões – É o quanto a construtora quer captar com a emissão de 150 debêntures simples, com vencimento para cinco anos, no valor unitário de R$ 1 milhão cada. Os recursos serão destinados ao pagamento de dívidas.

 

Aracruz

R$ 13,2 milhões – Foi o valor do acordo que executivos da empresa de celulose fizeram com o Ministério Público e com a CVM para encerrar um processo que apurava irregularidades financeiras envolvendo operações com derivativos, em 2008. As perdas chegaram a

R$ 2 bilhões. 

 

Vivo

33,6 mil m² - É a área do novo datacenter que vai armazenar os dados das operações móvel e fixa da empresa. O local reunirá o processamento de vendas de pré-pagos e serviços de computação em nuvem. 

 

 

 

 

 

Pelo mundo


Santander quer captar US$ 4,3 bi no México

 

O Santander pode captar até US$ 4,3 bilhões com a oferta inicial de ações (IPO), no México. Segundo o presidente do banco, Emilio Botin, em até cinco anos, as operações mais relevantes serão listadas em bolsa. As ações na Espanha fecharam em alta de 0,37% para € 5,70. 

 

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Greve na Lufthansa cancela 306 voos

 

A alemã Lufthansa cancelou 306 voos da companhia, na terça-feira 4, por conta da greve da tripulação de cabine. O maior número de cancelamentos, 220, acorreu em voos que partiam ou chegavam ao aeroporto de Frankfurt. No dia dos cancelamentos, as ações da empresa caíram 1,3%, para € 9,56. 

 

 

 

 

Big salada na Índia

 

Para se adaptar aos costumes indianos, onde parte da população não come carne bovina ou suína, o McDonald’s vai inaugurar, em 2013, perto do Templo Dourado, no nordeste da Índia, sua primeira lanchonete totalmente vegetariana. Na terça-feira, as ações caíram 0,5% para US$ 89.

 

 

 


Personagem


As verdinhas da Fibria

 

O prejuízo da Fíbria, maior fabricante de celulose do mundo, controlado pelo grupo Votorantim, ultrapassou R$ 500 milhões no segundo trimestre. Mesmo assim, Guilherme Cavalcanti, CFO da empresa, prevê bons resultados nos próximos balanços, decorrentes da alta do dólar e da demanda na Ásia. 

 

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Guilherme Cavalcanti, CFO: à espera

de um trimestre lucrativo

 

A Fíbria apresentou um prejuízo de R$ 524 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 215 milhões em 2011. Isso já era esperado?

Sim. Apesar do prejuízo, o resultado veio melhor do que o consenso de mercado, que esperava perdas de R$ 800 milhões e uma geração de caixa de R$ 500 milhões. O prejuízo foi menor e geramos R$ 550 milhões em caixa.

 

Qual a explicação?

Foi um prejuízo contábil. Cerca de 95% das nossas dívidas estão em dólar e contabilizamos a perda quando as convertemos para reais. Contudo, isso não se reflete no caixa da empresa. A desvalorização nos beneficia, pois somos grandes exportadores de celulose e nosso faturamento em real vai aumentar.

 

A empresa captou recursos para pagar dívidas. Por quê?

Emitimos ações no Brasil e nos Estados Unidos e arrecadamos R$ 1,36 bilhão. Usamos parte desses recursos para recomprar R$ 540 milhões em bônus que venceriam em 2020 e pagavam juros altos. Dessa forma, vamos economizar US$ 40 milhões por ano.

 

Por que vender áreas plantadas?

Estamos produzindo a 100% de capacidade e temos mais árvores do que precisamos. Só em Mato Grosso o excesso é de 30%. Em julho vendemos florestas na Bahia por R$ 235 milhões e podemos usar o dinheiro para quitar dívidas.

 

Quais os principais mercados no Exterior?

Exportamos 43% da nossa produção para a Europa, 20% para a Ásia, 11% para a América Latina e o restante para a América do Norte. O consumo mundial cresce 4% ao ano, e a Ásia é o mercado mais promissor por consumir mais produtos como papel e lenços higiênicos.

 

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Colaboraram: Patricia Alves e Fernando Teixeira