09/06/2001 - 7:00
O ramo de tapetes começa a mostrar os estragos que o desaquecimento da economia pode trazer ao País. Devido à sua dependência de 70% de matérias-primas importadas, e com o dólar lá nas alturas, a Tabacow, maior fabricante brasileira de tapetes e carpetes, jogou a toalha e pediu concordata pela primeira vez na sua história de mais de 70 anos. ?Traçamos um cenário otimista para 2001 e acabamos surpreendidos pela quantidade de fatores ruins?, afirma o superintendente da empresa, Luís Machado. A companhia não divulga o tamanho da dívida, mas já apresentava claros sinais de fragilidade no ano passado, quando acumulou um prejuízo de R$ 558 mil. Os aumentos dos custos em cerca de 25% com o dólar foi a gota d?água, pois os clientes decidiram não absorver os reajustes dos preços. Até o racionamento de energia contribuiu para o cenário de desaquecimento dos negócios. ?Nos primeiros cinco meses do ano registramos uma queda de 25% na receita em comparação ao mesmo período de 2000.?
iante de tudo isso, a meta de faturar R$ 115 milhões até dezembro foi definitivamente colocada de lado, e os executivos optaram pela suspensão do pagamento dos débitos. A Tabacow não é a primeira a dar sinal de debilidade no ramo de tapetes. A rede de lojas Marchê Carpetes abriu falência na semana passada, depois de ter sido alvo de uma série de reclamações de clientes que não receberam mercadorias. Houve casos de consumidores que ficaram mais de seis meses sem a entrega de tapetes.