16/05/2012 - 21:00
Papéis avulsos
As ações da TAM decolaram da bolsa e não vão mais voltar. O último negócio foi realizado na terça-feira 8, quando as ações fecharam cotadas a R$ 46,19. A viagem sem retorno faz parte do processo de fusão com a chilena LAN. Os acionistas da TAM poderão trocar seus papéis por certificados de ações da empresa chilena, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), na proporção de uma ação da TAM para 0,90 BDR da LAN. Os papéis da empresa chilena serão negociados com o código LATM11 e o início das transações está agendado para o primeiro dia útil após o leilão da oferta de permuta, ainda sem data.
FIQUE DE OLHO: os titulares de BDRs poderão ter problemas para exercer seus direitos, inclusive o de voto, pois seu exercício depende da intermediação do banco depositário das ações da LAN, o Itaú BBA.
Marcado leilão de fechamento de capital da Marisol
A Oferta Pública de Aquisição (Opa) para fechamento de capital da catarinense Marisol está marcada para o dia 4 de junho. O pedido de fechamento havia sido apresentado à Comissão de Valores Mobiliários em dezembro 2011 pela controladora GFV Participações. Os interessados em participar do leilão têm até o dia 1º de junho para se inscrever.
Destaque no pregão
Submarino afunda lucro da Americanas
O prejuízo líquido da B2W Varejo, braço online da Lojas Americanas, subiu para R$ 42,8 milhões no primeiro trimestre, alta de 2.575% sobre igual período do ano passado. Os números, apresentados na terça-feira 8, prejudicaram o resultado consolidado da Americanas, que lucrou R$ 41,1 milhões no trimestre, queda de 34% ante 2011. Na manhã da divulgação, as ações da B2W caíram 5,3%, após uma baixa de 7,5%.
Palavra do analista:
De acordo com Ricardo Zeno, diretor da AZ Investimentos, esse resultado é consequência de uma concorrência acirrada no comércio eletrônico, dos problemas de logística sofridos pela empresa e da perda de mercado.
Justiça
STF alivia situação fiscal da Vale
Murilo Ferreira, presidente da Vale, respirou aliviado na quarta-feira 9. O Supremo Tribunal Federal concedeu uma liminar que suspendeu a cobrança de R$ 24 bilhões em impostos de controladas e coligadas da mineradora no Exterior. A decisão ainda terá de ser analisada pelo plenário. A mineradora trava na Justiça disputas em processos que poderiam resultar em cobrança de cerca de R$ 30 bilhões.
Educação financeira
O livro Os segredos dos casais inteligentes, de Gustavo Cerbasi, mostra como é possível enriquecer ao lado do parceiro. Segundo o autor, basta ter método, paciência e determinação para alcançar o sucesso. Editora Sextante, 160 páginas,
R$ 19,90.
Bancos
Paciência no PanAmericano
José Acar Pedro, presidente do PanAmericano, terá de exercitar sua paciência em 2012. O lucro do banco no primeiro trimestre caiu para R$ 2,9 milhões, um recuo de 96% em relação ao ano passado. Houve piora porque a instituição manteve sua carteira de empréstimos em R$ 10,2 bilhões, mas foi conservadora, de olho no aumento da inadimplência. Segundo o banco, a reestruturação deverá prosseguir até o fim deste ano.
Touro x Urso
A deterioração na Europa pesou sobre as ações. Até a quinta-feira 10, o Índice Bovespa caiu 1,8% e fechou abaixo de 60 mil pontos. As declarações do ministro Guido Mantega de que a Petrobras não vai reajustar os preços dos combustíveis derrubaram as ações da estatal.
Mercado em números
Pão de Açúcar
R$ 57,2 bilhões – É a meta de vendas brutas do Grupo Pão de Açúcar para 2012. A maior parte (55%) deve vir do segmento alimentar. A expectativa de investimentos do grupo neste ano é de R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 1,4 bilhão destinado aos alimentos.
BM&FBovespa
R$ 409,2 milhões – Foi o lucro líquido da BM&FBovespa no primeiro trimestre de 2012, um crescimento de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Gafisa
R$ 31,5 milhões - Foi o prejuízo da construtora Gafisa no primeiro trimestre de 2012. Apesar de negativo, o resultado é melhor do que as perdas de US$ 1 bilhão nos três últimos meses de 2011, e de R$ 43,3 milhões no primeiro trimestre de 2011.
Trisul
R$ 30 milhões - É o montante que a construtora pretende arrecadar com sua quinta emissão de debêntures simples. O papel terá prazo de 24 meses e taxa de remuneração de 4% ao ano, mais 100% do CDI, sendo os pagamentos mensais feitos a partir do 13º mês.
Braskem
50% - Foi a queda no lucro líquido da Braskem no primeiro trimestre de 2012, ante o resultado do mesmo período de 2011. Em valores, o lucro líquido da empresa foi de R$ 152 milhões, nos três primeiros meses do ano.
Pelo mundo
HSBC lucra mais
O lucro antes de impostos do HSBC chegou a US$ 6,8 bilhões, 25% superior ao do ano passado. O resultado, divulgado pelo presidente mundial da instituição, Stuart Gulliver, veio da recuperação do banco de investimentos e do crescimento na Ásia. O HSBC vai vender suas filiais no Peru, Uruguai, Colômbia e Paraguai. As ações subiram 0,47%, para 551,2 libras.
Facebook inicia roadshow
O Sheraton Hotel, em Nova York, foi o palco de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, para o primeiro roadshow que detalha a oferta pública inicial de ações (IPO) da rede social. Além de Nova York, o evento deve visitar cidades como Chicago, Boston e São Francisco. O objetivo é captar entre US$ 77 bilhões e US$ 96 bilhões, com 337,4 milhões de ações.
Lucro líquido da DHL cresceu 4,3%
A expansão na Ásia e na América foi responsável pelo aumento de 4,3% no resultado líquido da Deutsche Post DHL. A empresa, que lucrou € 13 bilhões, investiu US$ 50 milhões na construção de um centro de distribuição, em Cincinnati, e US$ 175 milhões no de Xangai. Com a notícia, as ações da companhia subiram 2,08% para € 14,51, na quarta-feira 9.
Personagem
Controle de custos é lei na Eztec
Crescer sem se endividar foi a estratégia da EzTec para manter bons resultados desde o seu IPO, em 2007. De acordo com Emílio Fugazza, diretor de RI, a geração de caixa, o lucro e o crédito do Sistema de Habitação são as fontes usadas para crescer. Na quarta-feira 9, em meio a prejuízos bilionários do setor, a construtora apresentou um lucro de R$ 78,6 milhões, queda de 3,7% ante 2011.
Emílio Fugazza, RI da EzTec: empresa faz roadshows
para ficar conhecida.
Neste ano, o setor de construção apresentou fortes quedas, mas os resultados da EzTec são diferentes. Por quê?
Escolhemos um caminho diferente dos concorrentes quando abrimos o capital, em 2007. Preferimos crescer com a geração de caixa e o baixo endividamento. Utilizamos quase que somente o crédito do Sistema de Habitação e oferecemos produtos apenas para a classe média de São Paulo ou da região metropolitana. Assim temos melhor controle e eficiência nas vendas.
Fatores externos como o encarecimento da mão de obra não atrapalham?
Para cada obra existe um orçamento para trabalhar. Vemos todos os gastos e possíveis desvios de valores, como a valorização da mão de obra. Diria que metade do sucesso depende do controle, e o restante da compra de terrenos não óbvios. Nunca faremos lançamentos onde existem prédios concorrentes. Assim, vendemos os empreendimentos por um bom preço e com rapidez.
Para fazer a compra de terrenos, a EzTec apela para emissão de papéis ou financiamento?
Nosso financiamento é o nosso próprio caixa. Até 2009, investimos R$ 500 milhões em lançamentos. Dinheiro que retornou em 2010. Naquele ano, foram R$ 900 milhões; depois, em 2011, R$ 1,2 bilhão, e devemos chegar ao fim de 2012 com R$ 1,4 bilhão em lançamentos. Vale destacar que não precisamos gastar dinheiro com compra de terrenos, pois já temos um banco de R$ 4 bilhões , em áreas para construção. Estão pagos e quase todos vendidos.
Como melhorar a liquidez dos papéis?
Temos 33% de ações no mercado e estamos no IBrX, com um volume de negociação de R$ 10 milhões diários. A todo momento, fazemos roadshows mostrando a empresa a investidores institucionais. Assim, garantimos que mais pessoas conheçam a EzTec. Temos, ainda, um formador de mercado.
Colaboraram: Patrícia Alves e Fernando Teixeira