Desde que ele assumiu o cargo, em janeiro, a onda de tarifas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump, não para de crescer, com algumas delas já em vigor, mas muitas ainda como ameaça.

Na quinta-feira, 27, Trump afirmou que as tarifas de 25% sobre os produtos mexicanos e canadenses passarão a valer no dia 4 de março, além de um acréscimo de 10% sobre as importações chinesas, porque drogas mortíferas continuam vindo desses países e entrando nos EUA.

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As novas tarifas sobre produtos chineses viriam adicionais aos 10% que já aplicou em 4 de fevereiro, por causa da crise do fentanil, resultando em uma tarifa acumulada de 20%. Até agora, o presidente chinês, Xi Jinping, não se envolveu no tema opioides, aplicando taxas retaliatórias de 10% sobre o setor energético e de equipamentos agrícolas dos EUA.

Veja abaixo um resumo dos planos tarifários de Trump, que mudam a todo instante:

O tarifaço de Trump e as datas previstas para entrada em vigor

4 de fevereiro: China

Em 1º de fevereiro, Trump anunciou que iria impor, três dias depois, tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e do México, e 10% adicionais sobre os produtos chineses.

Washington planeja tributar menos o setor energético do Canadá, em 10%, devido à sua importância nas importações americanas. Canadenses e mexicanos conseguiram um adiamento da medida por 30 dias.

A China, por sua vez, respondeu anunciando novas barreiras aduaneiras aos produtos americanos.

4 de março: Canadá, México e China

Trump afirmou que as tarifas vão entrar em vigor segundo o cronograma previsto. Também anunciou que os Estados Unidos vão aumentar suas tarifas sobre os produtos chineses no mesmo dia, 4 de março.

O presidente americano acusa os três países de permitirem a entrada de fentanil nos Estados Unidos, e os dois vizinhos de não garantirem a segurança na fronteira.

12 de março: aço e alumínio

Donald Trump assinou em fevereiro decretos impondo tarifas de 25% sobre o aço e alumínio que entrarem nos Estados Unidos a partir de 12 de março. Ele explica que o objetivo é proteger a indústria nacional, que diz ter sido prejudicada “pelas práticas comerciais desleais e a superprodução global”.

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2 de abril: ‘tarifas recíprocas’ e novos alvos

Trump disse hoje que ainda pretende impor “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais dos Estados Unidos a partir de 2 de abril. Para ele, isso significa reduzir as disparidades: se um produto americano é taxado em 40% ao chegar a um país, Washington vai impor o mesmo nível de tarifa no sentido contrário.

Além dos impostos de importação, Trump também mira nas barreiras não tarifárias, como as regulamentações que penalizam os produtos americanos e o imposto sobre valor agregado dos europeus, aplicado sobre as compras independentemente do local de produção, geralmente mais alto do que nos Estados Unidos.

Trump também ameaça impor tarifas sobre os automóveis, produtos farmacêuticos e a madeira para construção. Ele ameaçou ontem impor tarifas de 25% sobre os produtos da União Europeia (UE), sem citar uma data para a aplicação dessa medida.