Os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 104% sobre a China a partir das 03h01 (horário de Brasília) de quarta-feira, 9, disse uma autoridade da Casa Branca, depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira, 8, estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Após o anúncio da Casa Branca, o dólar intensificou a alta e encostrou nos R$ 6, com alta de mais de 1% em relação ao real

China prometeu “lutar até o fim”

Mais cedo, a China já havia se recusado a ceder ao que chamou de “chantagem” depois que Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre as importações norte-americanas da segunda maior economia do mundo para mais de 100%, em resposta à decisão da China de igualar as tarifas “recíprocas” anunciadas por Trump na semana passada.

O que fez os Estados Unidos classificarem a retaliação contra suas tarifas como um “grande erro”.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, criticou Pequim em uma entrevista à CNBC. Ele enfatizou que qualquer negociação dos EUA com outros países sobre tarifas foi resultado do fato de eles terem batido à porta de Washington, e não devido à turbulência do mercado global.

“Acho que foi um grande erro essa escalada chinesa”, disse ele. “Tudo está na mesa”, disse Bessent quando questionado se a União Europeia precisa reduzir as barreiras não tarifárias, incluindo impostos sobre valor agregado.

O Ministério do Comércio da China por sua vez revidou, dizendo que a ameaça do lado norte-americano de aumentar as tarifas contra a China é erro em cima de erro, “expondo mais uma vez a natureza chantagista do lado norte-americano”, disse o Ministério. 

70 países entraram em contato para negociar tarifas, diz Casa Branca

Quase 70 países entraram em contato com a Casa Branca buscando iniciar negociações para reduzir o impacto da política tarifária do presidente Donald Trump, disse nesta terça-feira a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.

Ela afirmou aos repórteres que acordos serão feitos se beneficiarem os trabalhadores norte-americanos e abordarem os déficits comerciais crônicos. Trump instruiu sua equipe a trabalhar em “acordos sob medida” para cada país que entrar em contato.