29/05/2025 - 9:20
A taxa de desemprego caiu para 6,6% no trimestre encerrado em abril, recuando 0,9 ponto percentual frente ao mesmo trimestre do ano anterior (7,5%). Trata-se do melhor resultado para trimestres encerrados em abril da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012.
Foi também a primeira queda após 4 meses seguidos de alta, considerando os trimestres móveis. No 1º trimestre de 2025, a taxa tinha sido de 7%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 29.
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O resultado veio melhor do que o esperado. A mediana das previsões em pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 6,9% no período.
A pesquisa também mostrou que o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde (39,6 milhões), registrando crescimento 3,8% ante igual trimestre do ano passado.
Com o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, a taxa de informalidade caiu para 37,9%.
Por outro lado, 7,3 milhões de pessoas seguem desempregadas no país.
Massa de rendimento também foi recorde
O rendimento real habitual chegou a R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, resultado estável, e registrou crescimento de 3,2% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.
Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde, ficando estável no trimestre e aumentando 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) no ano.

O mercado de trabalho no Brasil deve seguir robusto neste ano, de acordo com analistas.
Se por um lado o mercado de trabalho aquecido, com taxa de desemprego em patamares historicamente baixos e aumento da renda, ajuda a estimular a atividade econômica, por outro dificulta o controle da inflação, especialmente a de serviços.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, projeta que a taxa de desemprego encerre o ano próxima a 6%. “Esperamos que o Copom (Comitê de Política Monetária) aumente a Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%, na reunião de junho, mas não descartamos a possibilidade de os juros serem mantidos no patamar atual, em 14,75%”, avalia.