O mercado futuro de juros consolida na manhã desta sexta-feira, 23, a inclinação da curva, com aumentos de até quase 30 pontos-base na ponta longa, na comparação com os ajustes da quinta-feira. A ponta curta, que chegou a mostrar viés de baixa mais cedo, agora mostra ligeiro avanço, na casa dos 3 pontos.

De acordo com a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, com o mercado internacional morno nesta manhã, todo o movimento da curva pode ser atribuído a fatores domésticos, especialmente ao imbróglio do aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que levou o governo a um recuo parcial, dada a recepção negativa do mercado. “Foram basicamente dois fatores que repercutiram mal nos mercados: o primeiro é o uso das receitas como forma de buscar o equilíbrio fiscal, e não a redução das despesas. O outro ponto foi o uso específico do IOF para isso, o que reverbera de forma muito intensa no mercado”, afirma.

Segundo a economista, a insistência do governo nesse modus operandi joga incertezas para o futuro, o que justifica a inclinação da curva nesta manhã, em dia de alta também do dólar ante o real.

Às 11h12, o DI com vencimento em janeiro de 2026 tinha taxa de 14,750%, ante 14,746% do ajuste de ontem.

O DI para janeiro de 2029 projetava 13,715%, ante 13,584% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2031 estava em 13,94%, ante 13,79% do ajuste.