Motivada pela renovação do Reporto, programa federal de incentivo aos terminais portuários, a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, anunciou plano de investimento de R$ 370 milhões no porto paranaense. O montante será aplicado até o fim de 2023 em melhorias de infra-estrutura no maior terminal de contêineres da América do Sul, em Paranaguá. A intenção da companhia é aumentar a competitividade por meio de novos equipamentos e sistemas. Estão previstas a compra de 11 guindastes, aumento de 43% da capacidade para contêineres refrigerados, novos acessos para caminhões e modernização de sistemas.

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O anúncio dos investimentos ocorre pouco tempo após a derrubada do veto ao Reporto realizada pelo Congresso, em março, renovando o programa. Para Thomas Lima, diretor comercial e institucional da TCP, “a renovação do Reporto foi decisiva para seguirmos em frente com a compra de equipamentos, garantindo a elevação do nosso padrão de qualidade.”

A companhia pertence ao grupo China Merchants Port, o maior operador de portos e terminais da China e do mundo, com mais de 50 terminais sob controle. A concessão da área no terminal brasileiro vai até 2048. “Queremos que a TCP seja líder na América do Sul, e a China Merchants traz uma visão de operador de classe mundial, agregando experiência e conhecimento ao negócio”, afirmou o executivo.

O terminal de contêineres de Paranaguá possui, segundo a TCP, a maior oferta de serviços marítimos do Brasil, com 16 linhas regulares de longo curso. Em 2021, a operação movimentou 1,1 milhão de TEUs (um TEU representa um contêiner de 20 pés), o equivalente a 9% de toda movimentação nacional.

A empresa também disse liderar o segmento de carnes e congelados, sendo responsável por movimentar 35,4% do total de exportações de frango do Brasil em 2021. “Os investimentos derivam da nossa visão empresarial, que se antecipa às demandas do setor”, disse o diretor. “Frente a diversas crises de comércio exterior, como lockdowns e a guerra na Ucrânia, vimos importadores e exportadores de commodities sofrerem para manter suas atividades.” A intenção da TCP é seguir como uma válvula de escape nessas turbulências.

Os novos investimentos vão permitir a ampliação em 43% da capacidade para recepção de contêineres refrigerados, atualmente a maior da América Latina. Assim, o terminal passará a contar com 5.178 tomadas para energização e armazenamento de contêineres. Os 11 novos guindastes do tipo Rubber Tyred Gantry (RTG) trarão tecnologia e maior produtividade na movimentação portuária.

O total aportado pela TCP em infra-estrutura e inovação em Paranaguá desde a sua criação, em 1998, chega a R$ 1,9 bilhão. O volume movimentado também apresentou crescimento, de cerca de 250 mil TEUs para pouco mais de 1 milhão de TEUS. Segundo Lima, o aumento do mercado de contêineres no período foi motivado pela abertura econômica no fim da década de 1990, o que obrigou os terminais portuários a se adaptarem rapidamente. “A expansão do cais e do pátio de contêineres, além do investimento em guindastes e sistemas, foram cruciais para crescermos”, disse.

A ferrovia é outro diferencial do terminal, que é o único do sul do País com acesso direto em zona alfandegada, ou seja, sem necessidade de um transporte adicional até o porto. O modal responde por 30% de todos os contêineres de exportação movimentados no terminal paranaense. Com novos projetos implementados em parceria com grandes exportadores em 2021, a previsão é que o volume de contêineres movimentados na ferrovia dobre até 2025.