Um documento do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou “indício robusto de fraude” em licitações da Sulminas Suplementos e Nutrição, empresa que forneceu insumo à produção de cloroquina ao Exército Brasileiro. O medicamento, cujo uso foi incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), não possui eficácia comprovada contra a Covid-19.

Obtido pela Folha de São Paulo, o documento do TCU aponta possíveis fraudes em 26 licitações entre 2018 e 2021 – 24 foram sob o governo Bolsonaro. A Sulminas, que ganhou 15 dos contratos, forneceu sal difosfato ao Laboratório Químico Farmacêutico do Exército.

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O TCU suspeita que haja superfaturamento na produção de cloroquina pelas Forças Armadas. A área técnica do tribunal solicitou abertura de processo para investigar as suspeitas de fraude e ouvir a Sulminas – a decisão cabe ao relator, ministro Benjamin Zymler.

A Sulminas afirma que os valores envolvidos nas licitações são compatíveis aos do mercado e se mostrou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos necessários.