A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira, 5, que alcançar um superávit primário neste ano “talvez seja o ponto mais delicado e difícil” de ser atendido dentre as estimativas da Lei Orçamentária de 2025, que prevê resultado primário positivo em R$ 14,5 bilhões. O governo, porém, tem condições de chegar ao fim do ano com déficit primário zerado – o que garantiria o cumprimento da meta fiscal, acrescentou.

“Tudo o mais constante, se nada disso se apresentar [questões externas ou calamidade pública], nós temos condições sim de, na pior das hipóteses, chegar com meta zero até o final do ano. E, obviamente, fazendo o dever de casa como estamos fazendo”, disse Tebet em entrevista ao programa Bom Dia 247.

Ela reconheceu que o governo pode enfrentar desafios para cumprir o objetivo, como uma eventual desaceleração global ou a aprovação de mais despesas pelo Congresso Nacional, mas disse que também é possível ver o “copo meio cheio”, citando receitas que podem entrar acima do esperado, por exemplo, pelo programa de transação de dívidas.

“Só com isso nós conseguimos transacionar algo em torno de R$ 800 bilhões, valor cheio, que, com os descontos, deram algo em torno de R$ 450 bilhões, ao longo de cinco, seis anos”, disse a ministra.

Tebet afirmou ainda que o governo está muito otimista sobre o crescimento econômico e que o pessimismo sobre a desenvoltura da atividade no Brasil não tem se refletido na realidade. “Então, eu acho que esse é um ano positivo, é um ano que o presidente Lula falou e ele tem razão, é hora de colheita, nós tivemos que plantar ou replantar”, disse.