Telas de acrílico usadas como “barreira de proteção” conta a covid-19 em salões de beleza, barbeiros e lojas podem, na verdade, aumentar a disseminação do vírus se forem posicionadas incorretamente, alertam cientistas do Scientific Advisory Group for Emergencies (Sage ou Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências) do Reino Unido.

Partículas infecciosas menores, chamadas aerossóis, provavelmente também não são inibidas pelas telas porque são leves o suficiente para flutuar nas correntes de ar e se espalhar por espaços abertos, revelam os especialistas do grupo científico.

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“A menos que sejam projetadas levando em conta o fluxo de ar, as telas [de acrílico] provavelmente não reduzirão a exposição do vírus em aerossóis menores, pois eles podem facilmente passar pela tela com o fluxo de ar num curto período de tempo”, diz o documento reproduzido pelo The Telegraph.

Ainda de acordo com o Sage, há evidências epidemiológicas e mecânicas que sugerem que as telas de acrílico podem aumentar os riscos de transmissão provocada pelos aerossóis devido ao bloqueio/alteração dos padrões de fluxo de ar ou à criação de zonas de má circulação atrás delas. Isso depende, claro, dos padrões de fluxo de ar dos locais em que estão instaladas.

Os cientistas, citados pelo periódico britânico, afirmam que a eficácia das telas depende do layout do lugar, da ventilação, do tamanho e do design e do tipo de interação na área em que serão instaladas.

De qualquer forma, o Sage alerta que mais pesquisas são necessárias para verificar a eficácia das telas e barreiras em diferentes ambientes.