Por Elvira Pollina

MILÃO (Reuters) – O presidente da Telecom Italia apresentará seus planos para a empresa na quinta-feira, depositando as expectativas de deixar para trás anos de turbulência por meio de uma cisão.

Pietro Labriola, quinto presidente-executivo da companhia em seis anos, quer um recomeço ao separar a rede fixa da empresa de seus negócios de serviços. A parte complicada, como sempre, será satisfazer todas as partes interessadas.

O mais recente plano de reestruturação envolve uma potencial combinação da infraestrutura de rede fixa, avaliada internamente em cerca de 20 bilhões de euros, incluindo dívida, com a de sua rival menor Open Fiber, controlada pelo banco estatal italiano CDP.

A CDP se tornaria o acionista dominante na entidade combinada, com a Telecom Italia provavelmente saindo ou mantendo apenas uma participação residual para se concentrar em seus negócios de serviços.

A Vivendi, maior acionista da Telecom Italia, quer uma avaliação de 31 bilhões de euros da rede fixa do grupo, segundo uma fonte, um preço considerado excessivo pelos analistas.

“A regulamentação também pode ser um desafio, pois a fusão pode criar uma rede de atacado nacional dominante”, disse David Wright, analista na BofA Global Research, em relatório.

Para preparar o terreno, Labriola pretende desmembrar a rede de acesso doméstico da Telecom Italia e o negócio de cabo internacional Sparkle.

A execução do plano de desmembramento pode levar 18 meses e atualmente depende principalmente de um acordo de rede com a Open Fiber.

De acordo com o plano de Labriola, as operações de serviços da Telecom Italia incluirão a brasileira TIM e as atividades de serviços domésticos na Itália, que serão divididas em duas unidades, cada uma com foco em seu próprio modelo de negócios e metas financeiras paralelas.

(Por Elvira Pollina)

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