23/07/2014 - 13:55
Após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o presidente Mundial da Telecom Itália, Marco Patuano, falou em melhor a qualidade dos serviços de telefonia da TIM, controlada pelo grupo italiano. “No último ano e meio, fizemos um trabalho importante na melhoria da qualidade. Porém ainda não estamos no nível de qualidade de podermos considerar de primeiro mundo”, disse Patuano, reconhecendo que os serviços prestados pela TIM ainda deixam a desejar.
“Eu acho que o Brasil precisa de nível de qualidade totalmente igual ao que temos na Europa e nos Estados Unidos e, para isso, não tem mágica. Para ter mais qualidade, necessita de ter mais investimentos, com mais frequência”, declarou ele. Perguntado sobre para quando o brasileiro poderia esperar serviço de melhor qualidade, o empresário foi evasivo, sem precisar qualquer prazo, e limitou-se a dizer: “Cada dia vai ser melhor”.
O presidente da Telecom Itália afirmou que a conversa com a presidente Dilma teve como principal foco ideias de como atrair infraestrutura em todo o Brasil. “Falar de qualidade no Rio e em São Paulo é muito fácil e eu acho que o interesse da presidente é a democratização da infraestrutura”, declarou Patuano, ao reconhecer que “esta é uma obrigação que as companhias de telecomunicação têm de ter”. Em seguida, ele falou da intenção de levar a fibra ótica à Amazônia, em projeto que está sendo desenvolvido. Prometeu ainda estender para quatro Estados a telefonia rural: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
Urucu
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que participou da audiência com a presidente Dilma e a Telecom Itália, anunciou extensão de um linhão de fibra ótica para atender Urucu, no Amazonas, a 800 quilômetros de Manaus. “Já fizemos um convênio, vamos construir uma linha que vai de Manaus a Urucu, para se conectar com esse linhão. Urucu fica a oitocentos quilômetros de Manaus e tem umas oito cidades no meio. Isso já está sendo feito, talvez até o começo do ano que vem já esteja pronto”, disse o ministro. Para ele, esse processo “vai fazer uma diferença gigantesca, porque mais de 70% da população do Amazonas vai ser atendida”.
Paulo Bernardo informou ainda que, no segundo semestre, a cidade de Macapá também vai ser beneficiada. O linhão terá 2 mil quilômetros, ligando a cidade de Tucuruí, no Pará, a Manaus e depois, Macapá, fechando uma região que até então só era servida por satélite. É a primeira fibra de comunicação que chega até a região, informou um dos técnicos que acompanharam a audiência, citando que 27 cidades serão servidas ao longo dessa rota.
“Vai ser um avanço muito grande”, comemorou Paulo Bernardo, ao afirmar que Manaus e a sua região metropolitana tem mais de 2 milhões de habitantes, além do distrito industrial da Zona Franca, o que, segundo ele, representa um consumo muito grande. O ministro explicou que o sistema fará diferença na região porque hoje tem gente pagando R$ 600 por uma conexão de 256 kbps e isso vai cair para R$ 25, até R$ 30 por mês, uma conexão de 1 Mbs. “Então vai ficar diferente a vida lá”, observou.
Cancelamento automático
Sobre a nova regra que entrou em vigor e que permite aos usuários do sistema de telefonia conseguirem suspensão automática do serviço ao ser solicitado, o presidente da Telecom Itália, que controla a TIM, disse que não é um problema para a empresa. “Pelo contrário. É muito bom. A ideia de sempre ter mais transparência é muito boa. Eu acho que o cliente tem de ter a possibilidade de fazer rápido o que ele quer. Não tem de ter truque para (o consumidor) fazer o que quer”, prosseguiu ele, salientando que a empresa está implementando o sistema. “Não temos problema nenhum pra fazer isso”, completou.